A equação perfeita
Tenho uma relação de amor-ódio com números. Na escola sempre detestei matemática e mais tarde fisico-química e outras disciplinas que tais. Sorte a minha que tinha jeito para as outras e por isso a minha escolha em seguir humanidades no secundário não foi só para fugir à matemática. Nessa altura, detestava mesmo tudo o que metesse números.
Com o tempo fui percebendo que os números, às vezes, podem ser coisas giras. Engraçadas, até. Nos casos mais bonitos, podem medir o tempo que passamos com alguém de quem gostamos. São os dias de aniversário em que a família e os amigos se juntam. São os anos de uma pessoa, os anos de casamento, de namoro, os anos que se trabalha num determinado sítio - motivo de especial felicidade nos dias que correm. Podem ser os nove meses que faltam para uma criança nascer, o seu primeiro aniversário. Podem ser o número que vemos no extrato bancário quando recebemos o ordenado. Pode ser o "-70%" quando vemos aquela coisa que há tanto queríamos comprar e está finalmente em saldos. Os números podem ser muito felizes.