Em grande parte dos dias, acho que o mundo tem muita coisa bonita. Sou daquelas pessoas que pede para se mudar o canal quando se falam durante horas seguidas sobre a Síria ou quando dão mais que duas reportagens seguidas sobre o Trump. Não mudo de canal numa tentativa de ignorar o que se passa, ou de não querer encarar os problemas com que vivemos atualmente - é mais numa tentativa de não terminar o dia a pensar no que de pior há no mundo.
Apesar de fazer este exercícios de passar mais tempo a pensar no que há de bom na vida, há uma coisa que eu sinto que nos falta todos os dia: banda sonora. Acho que nos faz uma falta tremenda ouvirmos músicas a entrar na atmosfera consoante a situação que estamos a viver. Claro que temos a maravilhosa invenção dos fones - embora nos transportes públicos haja sempre um marsiano que ainda não deu por isso - mas é necessário pormos play, é necessário clicar no seguinte porque se calhar aparece uma música que não nos apetece assim tanto ouvir naquele momento... Estou a falar da música ideal, no momento ideal. Ia ser delicioso.
Vivo numa casa onde o futebol é um assunto muito presente. O meu irmão tem, diz quem percebe, muito jeito para a coisa e por isso, sempre me habituei a ir ver os jogos dele. Por seu lado, o meu pai foi treinador durante vários anos na equipa da nossa terra e agora é possivelmente uma das pessoas mais ativas no dinamismo do clube local. Depois, temos o Benfica. Sei, sem querer, o hino de uma ponta à outra e até sei fazer uma imitação quase perfeita do Luís Piçarra, tantas foram as vezes que ouvi essa música. Escusado será dizer que o benfas também é uma presença muito forte lá por casa.
Apesar de tudo isto, nunca liguei muito ao futebol. Gosto de ver jogos importantes, e o campeonato europeu do ano passado foi toda uma experiência nova para mim - nunca teria imaginado que futebol, super bock e muitos amigos à mesa pudesse ser sinónimo de um ótimo programa de verão! No entanto, não sou nenhuma entendida, nem nada que se pareça - mas já consigo ver um fora de jogo, se for daqueles escandalosos!
Aviso: este post pode conter algumas descrições bastantes visuais. Se por acaso estão a comer ou à espera de ler um texto bastante bonito, peço desculpa mas hoje não é o caso. Mesmo assim, fico genuinamente grata por terem aparecido cá hoje!
Se forem pessoas atentas e que continuam a ter esperança em mim e neste meu cantinho, devem ter reparado no livro que comecei a ler dois minutos depois - literalmente - de ter terminado "Admirável Mundo Novo" do Huxley. A ideia de partilhar com vocês, logo à partida, qual o livro que estou atualmente a ler, surgiu de forma muito natural: sabia que queria voltar a ler muito, e a ler bons autores. Sabia também que iria certammente cruzar-me com muita gente por aqui que partilhasse do gosto pelos livros e pela leitura. Por essa razão, o surgimento desta """""rúbrica"""" foi algo lógico para mim. Claro, também reparei que isto é um hábito das pessoas que falam dos livros que leram, e comecei a notar que era uma das coisas em que automaticamente reparo quando visito um blog novo: há algum cantinho no blog onde mencionem que livro estão a ler ou nem por isso?
O mês de abril está a chegar e, por muito óbvio que isto vos pareça, isso quer dizer que maio vem a seguir - ahm, não estavam à espera desta! Esse é o mês que realmente interessa este ano, para toda a minha família. Já mencionei aqui que o meu irmão mais velho se vai - finalmente - casar e eu acabo o curso, sendo a terceira mulher da minha família. Nós, a família, não falamos muito deste facto, mas é realmente algo de que me orgulho muito. Apesar de ter vários bons exemplos de excelentes profissionais na minha família, a verdade é que eu sou a primeira que faz parte duma geração na qual grande parte das pessoas tem um curso superior. Há uns anos atrás não era assim, e por isso fico muito orgulhosa de mim por ser a terceira mulher da família a licenciar-se, depois da minha tia e da minha mãe.
Tal como vos disse neste post, uma das coisas que a minha mãe mais conta quando se fala da minha infância é o facto de raramente ter ficado doente em quase 22 anos de vida. Isso também fora algo que sempre me agradara - obviamente, não é - porque podia vir aquela dorzinha de garganta muito desconfortável, até talvez um dia com febre, mas nunca era nada que uma boa noite de sono não resolvesse.
A única vez que estive mesmo doente foi com poucos meses de vida, porque o meu irmão, a quem eu andava sempre agarrada - ou melhor, tendo apenas meses, provavelmente era ele que não me largava a mim - me pegou, nada mais nada menos, do que papeira. Estão a imaginar um pequeno bebé de meses com papeira? Deve ser delicioso, ali a fazer lembrar um leitãozinho bem rosado e inchado.