Há uma coisa de que tenho muita pena: ter passado grande parte da minha infância com medo de cães. Não sei porquê, nunca apanhei nenhum susto com animal algum - mais depressa apanhei com aquele lagarto que vos falei há uns posts atrás. Não sei porquê, mas tinha pânico. A minha avó sempre teve cães, sempre me lembro de os ver, mas estavam a uma distância segura e por isso sabia lidar com o medo.
No entanto, os meus pais sempre acharam este meu medo completamente irracional que ainda por cima, para uma miúda, acabava por ser muito chato. Se brincava num parque, se passeava na rua, na praia... e aparecesse um cão fofinho, eu via um godzilla. Para ver se isto passava os meus pais ofereceram-me a minha primeira cadelinha, a Tucha.
Como já estão fartos de saber, um dos meus posts preferidos de escrever são os posts em que partilho a minha opinião sobre determinado livro e sobre determinado autor. Acho que gosto de escrever esses posts porque é como se estivesse a contar-vos a minha história, daquela história. Adoro aquela sensação de chegar a casa e saber que chegou uma encomenda com três ou quatro livros que há tanto tempo queria ler. Também gosto muito daquela sensação de ver o tempo passar a voar, especialmente quando estou sozinha e o dia não parece querer andar, quando me concentro na vida daquelas personagens. E claro,tudo isto termina ainda com outra boa sensação: a de guardar um livro na estante.
Essa é a razão do nome da minha rúbrica aqui no blog, porque adoro fechar um livro, olhar para a capa, sorrir e escolher uma nova casa para ele. Casa essa que irei ver todos os dias, passar por ele e saber que adorei cada palavra. Às vezes, o mas complicado é arranjar o tempo necessário para ir a uma livraria para comprar algum livro. Depois, nos dias em que arranjamos esse tempo, há sempre o perigo de lá chegarmos e não haver o livro que tanto procurávamos. Aconteceu-me isso este fim de semana, quando fui de propósito a uma livraria procurar o Tudo, Tudo... E Nós. Fiquei pior que estragada.
O passado dia 20 de maio foi o dia que, oficialmente, marcou o final da minha licenciatura. Eu fui um dos quatro mil estudantes que se juntou na manhã daquele dia de calor, na Alameda das Universidades da Cidade Universitária. Apesar da grande dose de trabalho deste semestre se concentrar sobretudo neste último mês, a Benção das Fitas é um momento incrível, independentemente das crenças ou do trabalho que ainda falte para termos o diploma na mão.
Não estive ao pé dos colegas que me acompanharam ao longo destes três anos e que tanto marcaram esta minha experiência. Não me inscrevi a tempo e por isso tive que os ver de longe, mas de todas as vezes que se ouvia o nome da nossa querida faculdade, gritei com eles. Cada vez que as suas pastas se ergueram, a minha fez exatamente o mesmo. Estive com eles, não estando. Fiquei "do lado de fora" junto de outras pessoas que também me acompanharam e me ajudaram tanto ao longo destes anos de licenciatura: os meus pais, as minhas avós e o meu Rapaz.
CONSEGUI! FINALMENTE CONSEGUI! Meus caros, este é um post muito, muito especial por várias razões. Primeiro, consegui alcançar um objetivo que tinha desde o primeiro dia do blog: escrever - e publicar - todos os dias da semana. Passaram sete dias e têm sete posts dos mais variados temas. É tempo de dar uma palmadinha no ombro e organizar-me de forma a que isto se torne a norma por aqui. Estou mesmo orgulhosa e feliz por finalmente ter conseguido escrever todos os dias!
Outra grande, grande razão pela qual este post é tão especial para mim é porque estou prestes a apresentar-vos a minha primeira colaboração! Ainda por cima é uma colaboração que me permitiu participar no meu primeiro vídeo de YouTube! A Beatriz Sousa, minha querida amiga e colaga de curso, convidou-me para aparecer no canal dela para falarmos - juntamente com a nossa colega e amiga Lena - um pouco das nossas experiências académicas, visto que estão a chegar ao fim. Foi uma conversa muito interessante que fluíu muito bem e acreditamos que possa ser um vídeo que vá ajudar futuros estudantes. Tentámos responder a algumas questões que nós gostaríamos de ter visto respondidas quando fizemos as nossas candidaturas.
Vá lá Marta, conseguiste trazer mais do que um Guardado na Estante no mesmo mês, até mereces um biscoito - que se sinta a forte ironia na frase anterior, por favor. Depois do processo que foi ler O Processo de Kafka, sabia que tinha de ler um livro levezinho. Já não tinha livros fofinhos que ainda não tivesse lido e não queria ter que ficar três dias a andar de transportes público sem companhia literária. Por isso, fiz uma pesquisa mais profunda nas prateleira cá de casa à procura de algo que me chamasse a atenção. E que soubesse que não seria demasiado sério.
Os meus olhos, ainda que meio desconfiados, acabaram por cair em cima do único livro de Rui Zink que alguma vez comprei: O Amante é Sempre o Último a Saber. Comprei-o há uns anos porque o achava um grande maluco e porque acho a capa lindíssima. Na altura, tentei ler e não me lembro de ter sequer passados as primeiras dez páginas. Lembro-me que estava confusa, que não estava a perceber o que se passava e desisti. Interessante ver como o tempo realmente importa quando se fala em ler livros. Passados alguns anos, li-o num ápice e embora as partes confusas que continuam lá, nunca me senti perdida na história.
Pelo Natal de 2016 decidi que queria oferecer ao meu Rapaz um fim de semana romântico nalguma zona pelo nosso Portugal fora que ambos não conhecemos bem. Fiz uma pesquisa no site da Odisseias e encontrei uma oportunidade que me chamou a atenção: uma noite romântica no Alambique de Ouro - Hotel & Resort, localizado no Fundão - ali mesmo pertinho da Serra da Estrela! A primeira e última vez que fui para esses lados deve estar quase a fazer uns quinze anos por isso fiquei muito entusiasmada com esta hipótese. Depois de ter visto as fotos do hotel - e o preço, 50 euros pela noite, imagine-se! - nem fiz mais pesquisa.
Fomos usufruir desta prendinha no início deste mês, nos dias 5 e 6 de maio. Foi também a primeira grande viagem do meu Bolinha e portou-se que nem um carrão! Decidimos ir pela auto-estrada e em pouco mais de duas horas chegámos ao destino. A localização, para quem não conhece nada daquilo e não tem GPS, é fantástica. Mesmo na estrada nacional. Foi, literalmente, seguir as placas que nos indicavam Fundão e quando demos por isso estávamos a passar à porta do hotel. Pelo caminho, páramos para almoçar e fomos os saloios que somos e assamos um chouricinho num parque de estacionamento e bebemos um copo de tinto. Uma maravilha.