Uma carta ao Salvador
Querido Salvador,
Eu sei que já venho um bocado atrasada, mas não foste só tu a ter um fim de semana em cheio. Por essa razão e com as devidas desculpas, venho humildemente oferecer-te as minhas palavras sobre o que fizeste na noite de 13 de maio de 2017. Ainda bem que não lês o meu blog, que assim talvez não tenhas dado tanto por este atraso, mas a verdade é que a inquietação de te escrever começou ainda ontem, mais propriamente a partir das cinco e meia da manhã. Hoje foram vários os momentos em que disse "porra pá, devia ter-me levantado da cama e ter escrito logo tudo o que me estava a vir à cabeça!". A sério que tive ideias fantásticas sobre a forma como te diria tudo o que tenho para dizer. Se esta carta não sair assim tão bem, culpo somente a minha preguiça de sair da cama quase às seis da manhã.
Como não lês o meu blog, não sabes que recebi os meus dois primeiros comentários negativos no post em que falei de ti. Achei engraçada essa coincidência. Um dos comentário era de um anónimo que com muito poucos modos me pedia para meter o Benfica num sítio, no mínimo, desagradável. O outro, também de um anónimo, desabafou sobre o facto de não entender a onda de apoio que surgiu em teu redor, apelidando-te de "neurose social". Apesar de ter adorado o termo, não percebo como é que se pode chamar isso quando o gosto é, à partida, uma coisa pessoal. Eu adorei-te enquanto intérprete do "Amar Pelos Dois" e por isso partilhei com quem me lê. Essa tal "neurose social" só mostra que o povo português se calhar já não é tão kitsch e já não precisa de gritaria ou grandes performances para se deixar levar por uma música.