Tinha blog há cerca de um mês quando começou todo o alvorouço em torno da participação do Salvador Sobral na Eurovisão. Na altura, nem tomei muita atenção. Só fui ver afinal que ser estranho era este quando a minha mãe - e atentem, ela impressiona-se com muito pouca coisa - veio comentar comigo com um ar muito escandalizado "já viste a atuação daquele rapaz todo esquisito?", e foi aqui que a minha curiosidade foi aguçada.
Fui ver o vídeo e a minha primeira impressão foi "és a cara chapada da tua irmã" porque a minha rica Luísa já eu conheço bem e gosto muito do trabalho dela. A segunda impressão foi mandar aqueles risos com muito interesse por trás que é sinónimo de um "és mesmo esquisito... e eu adoro!". A terceira impressão foi relativa à música, mais propriamente à letra. Achei aquilo um poema belíssimo, mas que jamais iria ganhar a competição porque geralmente é tudo na base do azeite. O tema "Amar Pelos Dois" era só classe, por isso não ia dar. Até que deu!
Enquanto vos começo a escrever, contei a uma amiga como foi o meu fim de semana passado. Qual a resposta que ela me deu? "Uau Marta, a tua vida é super entusiasmante". Ora aí está algo que nunca me tinha passado pela cabeça. A minha resposta? "Foi só este fim de semana, e como vês não estou a saber lidar com isso". Olhando para trás, o meu fim de semana foi mesmo do caraças e vai dar pano para mangas para bons posts aqui no blog. Não vos posso dizer ainda quando nem soube o que vos vou falar, mas acreditem que são surpresas fantásticas!
No entanto, quando se tem um fim de semana incrível, cheio de atividades novas e muito entusiasmantes, tem também os seus contras. O primeiro - e para mim, o contra mais contra de todos - é a falta de horas de sono. Durante o fim de semana propriamente dito, nem notei muito essa falta. Andei sempre de um lado para o outro, sempre com várias pessoas e por isso nem dava para me aperceber do cansaço. Comecei a notar que estava a dar as últimas quando me sentei num sofá no sábado à noite: comecei a bater com a cabeça no peito de sono. Mandei com cada esticão que um deles me impediu de voltar a adormecer porque me aleijou mesmo. Fiz força para manter os olhos abertos, estava com outras pessoas e não queria fazer aquela figura ali.
Desde que me ensinaram a escrever que adoro fazê-lo. Já vos falei aqui em alguns posts de como, durante muito tempo - e se calhar em certas situações continuo igual -, eu ou era a melhor ou nem sequer tentava. Fazia-me impressão, essa coisa de experimentar algo sem saber se vamos falhar. Não percebia como é que tanta gente fazia isso. E se gozassem comigo? E se eu caísse? E se me ralhassem? Agora imaginem estas perguntas a gritar aos ouvidos de uma criança de seis anos. Esta é daquelas coisas que não posso apontar o dedo a ninguém. Não posso escolher um momento na vida e dizer "foi aqui que tudo começou" ou "foi por causa de pessoa X que comecei a pensar nestas coisas". Fui eu, sozinha, que tão pequenina fomentei em mim o medo de falhar.
Mas isto tudo a propósito de aprender a escrever. Estava talvez no segundo ano e lembro-me que a maior alegria da minha vida era ser das melhores a ler e a escrever. Lembro-me que gostava de ajudar os colegas que tinham mais dificuldades porque não queria que os meninos maus tivessem desculpa para gozar. Era isto que me fazia querer ir para a escola - mais especificamente, para as aulas - todos os dias. Houve um dia em que a professora nos deu uma pequena banda desenhada da Formiga e da Cigarra e pediu-nos para escrever uma história ao olhar para os desenhos. Se tivesse o mínimo de jeito, ainda hoje conseguiria reproduzir aqueles bonecos - nunca mais me sairam da cabeça. Escrevi e lembro-me de que quando pus o último ponto final, senti algo incrível. Estava mesmo orgulhosa do que tinha feito. Resultado: fui para o placard da sala e esse foi para mim, naquela altura, o melhor dia de sempre.
"Dois À Descoberta em três dias? Depois queixa-te que não tens tempo para nada, andas sempre a passear!", estão já vocês a pensar... mas não! Ainda é sobre o fim de semana fantástico que passei pelo Alentejo/Algarve. Hoje venho partilhar com vocês o restaurante a que fomos jantar ainda antes de nos instalarmos na Aldeia de Pedralva: A Tasca do Celso.
A Tasca do Celso situa-se em Vila Nova de Milfontes, a nossa primeira - e única paragem - antes de chegar ao destino. Uma de nós já conhecia o espaço, já lá tinha ido há uns anos e só tinha coisas boas a dizer. Pelo caminho foi-nos falando sobretudo da decoração e dos vinhos. Quando lá chegámos, até ela ficou supreendida.
Acho que num momento ou outro já se devem ter apercebido da minha obcessão com o YouTube. É engraçado porque me lembro exatamente do dia em que o descobri. Claro que o usava para ouvir umas músicas, mas a minha utilização daquela rede social - porque também o é, mas isso só descobri depois - não passava muito disso. Até que houve um dia em que reparei que o meu cabelo já estava suficientemente grande para fazer uma trança - eu sei, esta semana só falo de cabelo.
Pesquisei por um tuturial, coisa que nunca tinha feito. Por mero acaso, deparei-me com um vídeo de uma miúda muito gira e com um ar engraçado. O canal chama-se Zoella e ela chama-se Zoe Sugg. Enquanto via o tuturial - e falhava redondamente a tentar fazer uma trança a mim mesma - vi nos recomendados um vídeo dela em que o namorado a maquilhava. Fui ver e adorei vè-los juntos. Entrei nos seus canais e apercebi-me que os vídeo com que me tinha cruzado já eram bem antigos e que agora já vivem juntos e tinham até a cadelinha pug mais linda do mundo, a Nala. Foi assim que tudo começou.
Tal como vos contei na passada quinta-feira (ou terá sido sexta?) que fui passar duas noites à Aldeia da Pedralva, situada no concelho de Vila do Bispo. Antes de ir fui procurar algumas informações sobre o local em que íamos ficar e no meio de várias reviews encontrei o termo "O Outro Algarve". Dois dias depois do meu regresso a casa, não poderia arranjar palavras que definam melhor a aldeia.
A premissa do local é muito interessante. A Aldeia da Pedralva era, efetivamente, uma aldeia que tal como tantas zonas do nosso país foi vítima de uma desertificação sem precedentes. Segundo o site, a Aldeia da Pedralva chegou a ter mais de 100 habitantes para em 2006/2007, a equipa atual encontrar apenas 9 casas com as condições mínimas de habitação. Apaixonando-se pela paisagem que envolve esta aldeia, a equipa decidiu que estaria na hora de lhe dar uma nova vida: assim nasceu a nova Aldeia da Pedralva.