Eu hoje ia falar sobre o quanto sempre gostei deste dia. Ia falar da Feira de Todos os Santos na minha terra e de como eu acordava completamente histérica porque via fichas para os carrinhos de choque em cima da minha mesa de cabeceira. Também vos ia falar do Pão por Deus, para o qual nunca me mascarei nem nada do género e ia contar-vos daquela vez em que uma senhora me ofereceu latas de salsicha e de como gostei muito mais de receber isso do que propriamente mais gomas.
Ia também falar-vos da única vez que brinquei "à noite das bruxas". Ia contar-vos que saí toda lampeira de casa durante a noite com uns amigos a pensarmos que íamos pregar imensas partidas, mas assim que outro grupo rebentou uma bombinha de qualquer coisa viemos todos, literalmente, a correr de volta para minha casa. Acabámos a noite, todos de mãos dadas, na minhas sala, cheios de medo porque decidimos ver o primeiro filme da saga Saw. Ía falar-vos sobre tudo isso, mas afinal não vou ser capaz porque acabei de ver a reportagem da jornalista Ana Leal, para a TVI, "Cartel do Fogo".
Querido blog, como estás tu hoje neste dia de sol, que seria lindo se não estivessemos a dois passinhos de novembro? Olha, eu também estou bem. Tive um fim de semana que vai dar pano para mangas por aqui no blog. Foi tão, tão, tão divertido. Vão haver muitas sugestões nos próximos dias por aqui, de sítios e muitas muitas bandas boas. Já fui a festivais da praça que não tiveram dias tão bons e divertidos como foi o meu ontem.
Se podia começar a semana por vos contar como foram os últimos dois dias? Pois claro que podia, mas há coisas que sobem uns quantos lugares na lista de prioridades. A verdade é que já não aguento mais não partilhar o NOVO VÍDEO, em que voltamos aos covers e esse é que a maneira com que quero começar a nova semana e o novo mês.
Cada vez mais são as pessoas que quando me vêem fazem referência ao facto de ter começado a publicar vídeos no YouTube. Dizem-me que têm visto e, de uma forma geral, parece que têm gostado. Felizmente - porque é mesmo esse o objetivo - continuam a falar mais do blog. Apesar de gostar muito dos meus vídeos, o que respondo sempre é que olho para o YouTube quase como um passatempo. O blog levo mais a sério, por isso é bom ver que a maioria das pessoas que me encontra e me fala no que tenho partilhado online me fala primeiro no blog.
Há, no entanto, outros casos em que noto que existe um claro preconceito em relação às plataformas que uso. Noto às vezes que nesses comentários e nessas perguntas existe vontade de me perguntar "porquê?". Porque é que o faço. Porque é que "te dás ao trabalho". Às vezes parece que preciso de me esforçar para não ficar com vergonha por fazer um vídeo ou por escrever online. É estúpido porque eu orgulho-me muito disto. Acho que tenho evoluido e não estou a falar de números. Falo da coerência, da frequência, de saber editar melhor, dos meus posts de uma maneira geral. Esses sempre foram os meus objetivos com tudo isto.
Ia começar este post com a frase "o tempo é uma coisa frustante", mas depois de alguns minutos de reflexão a olhar para uma página do computador em branco descobri que se calhar não é bem isso que quero dizer. Esse "tempo", dito assim nessa frase, pode passar por tempo metereológico. Esse também é frustante, porque para a semana começa o penúltimo mês do ano e ainda vamos andar todos de manga curta. Como podem ver, ando a controlar-me bastante para não desatar aos gritos sobre isso aqui no blog.
Apesar do tempo meterológico ser, efetivamente, frustante, não era nele que estava a pensar quando me lembrei dessa frase para começar este post. O tempo de que queria falar, de que vou falar, é o tempo do relógio. O tempo propriamente dito. A unidade de medida das nossas vidas, era a esse tempo que me estava a referir. Decidi que seria injusto chamar-lhe frustante porque não é ele que o é. Sou eu. Eu é que me "frusto" a mim própria.
A semana passada, quando tratava da planificação dos posts para esta semana, o meu Rapaz disse: "Uau! Para a semana o blog vai ainda ter mais a ver contigo, vai ser só cultura!" Não sei se tem ou não mais a ver comigo, mas tudo o resto é verdade. O blog não é "mais cultural" por falta de oportunidade. Nem sempre posso ir ver aquela peça de teatro, ir visitar aquela exposição ou ir àquele concerto. Apesar de ser uma vontade minha, às vezes não é possível. Para isso tento compensar com os meus posts de Sem Spoilers ou o Guardado na Estante.
No entanto, estes últimos dias têm sido muito ricos em cultura e novas experiências. Fora a visita ao São Carlos, da qual vos falei ontem, tive mais uma estreia: fui, pela primeira vez, a uma sessão do DocLisboa. Para quem não sabe, o DocLisboa é um festival de cinema que acontece há 13 anos na nossa capital. Segundo o seu site, o grande objetivo deste festival é "questionar o presente do cinema, em diálogo com o seu passado e assumindo o cinema como modo de liberdade". Já há vários anos que ouvia falar da importância que este festival foi ganhando, tornando-se um evento de referência atualmente, no entanto, nunca tinha tomado a iniciativa de ir.
Já aqui tenho falado várias vezes de como a adaptação ao mestrado está a ser bem mais complicada do que eu algum dia esperei. É complicado passar de um auditório com 100 alunos, onde todos passam despercebidos, para uma sala onde, em média, estão uns 8 alunos. Como se isso já não fosse choque o suficiente, é ainda mais complicado quando somos os mais novos, ficando assim rodeados de pessoas que já trabalham há anos na área e que estão ali para se atualizarem.
Esse choque de que falo é a principal - vá, e quiçá única - desvantagem de se entrar para um mestrado apenas meses depois de se ter concluído a licenciatura. O que vale é que, aos pouquinhos, começo a ver que tudo o resto são vantagens. Uma dessas vantagens são os professores. Também tive a sorte de ter professores incríveis durante a minha licenciatura, mas no mestrado, tal como o nível de ensino, também os professores dão o salto na escada qualitativa. É um privilégio poder ser um das oito pessoas que está naquela aula, com aqueles profissionais, e poder absorver cada palavra de conhecimento que eles nos dizem. Para além disso, é também graças a estes professores que vão surgindo oportunidades únicas. Na passada sexta feira surgiu uma dessas oportunidades.