A (nossa) Feira de Todos os Santos
No mestrado que estou a tirar é normal ouvirmos os professores dizer que a palavra "tradição", "tradicional" e outros membros da família não devem ser utilizados no discurso de um patrimonialista. Os meus professores fazem esta chamada de atenção porque o que muitas vezes chamamos de "tradicional" pode também haver noutro sítio qualquer ou pode ter as suas origens noutro sítio e por essa razão é errado empregar uma palavra que tente confinar algo a um sítio.
Eu entendo esta preocupação com estes termos. Ao fim de quase dois meses de aulas já começo a ter alguma atenção aos termos que emprego em apresentações de trabalhos orais e mesmo escritos porque sei que, na academia, não podemos ser radicalistas. No entanto, depois de alguma reflexão considero que não é preciso que algo seja orgininal, no sentido de só haver ou só ser feito num determinado local ou numa determinada época. Talvez a palavra com que se tenha mesmo de ter cuidado seja a palavra "típico", porque isso sim pode facilmente ser associado à ideia de original.