Hallo, hallo? Blogosfera chama Marta! Alguém ainda desse lado? Ainda se lembram de mim ou já fui apagada das vossas memórias? É que vocês certamente não foram! Aliás, neste oito dias de ausência foram várias as vezes que senti falta de vos vir aqui contar qualquer coisa! Percebi nestes dias, mais que nunca, que isto já faz realmente parte da pessoa que sou. Apercebi-me que se calhar nem há assim tanta gente a gozar com aquilo que faço. Apercebi-me que, se calhar, da mesma maneira que eu mudei, os outros também mudaram. Se calhar crescemos todos e por isso, mesmo aquelas pessoas que eu achei que sentiam vergonha alheia por eu ter um blog ou por publicar uns vídeos no YouTube, até percebem aquilo que faço. O mais surreal: senti pessoas genuinamente felizes por mim, por me verem feliz e concretizada.
Ontem recebi um convite surpresa para ir "passear" durante a tarde. Digo "passear" entre aspas porque não foi propriamente isso que fomos fazer, fomos só até ali a Torres Vedras - e agora não se passeia em Torres Vedras, apenas se trata de toda a logística do Carnaval. Fui eu e a minha amiga Carolina - do Vou Buscar a Lua -, apenas com uma simples missão: comprar uns pedaços de tecido para fazermos os nossos turbantes. Não perguntem o que vamos mascaradas, que isso só conto para a semana!
Eu e a minha amiga Carolina temos aquela relação esquesita em que parece que fomos separadas à nascença. "Pior" ainda é o facto de, quando estamos juntas, todas as nossas características se aumentarem ainda mais, como se a outra tivesse um íman. O que é dá mais cabo da paciência dos nossos Rapazes? O nosso volume. A falar, a rir... digamos que, quando estamos juntas, toda a gente consegue ouvir as nossas conversas. Não é por mal, é só porque 1º gostamos muito de falar 2º estamos contentes por estar fora de casa e por estarmos juntas.
No mestrado que estou a tirar é normal ouvirmos os professores dizer que a palavra "tradição", "tradicional" e outros membros da família não devem ser utilizados no discurso de um patrimonialista. Os meus professores fazem esta chamada de atenção porque o que muitas vezes chamamos de "tradicional" pode também haver noutro sítio qualquer ou pode ter as suas origens noutro sítio e por essa razão é errado empregar uma palavra que tente confinar algo a um sítio.
Eu entendo esta preocupação com estes termos. Ao fim de quase dois meses de aulas já começo a ter alguma atenção aos termos que emprego em apresentações de trabalhos orais e mesmo escritos porque sei que, na academia, não podemos ser radicalistas. No entanto, depois de alguma reflexão considero que não é preciso que algo seja orgininal, no sentido de só haver ou só ser feito num determinado local ou numa determinada época. Talvez a palavra com que se tenha mesmo de ter cuidado seja a palavra "típico", porque isso sim pode facilmente ser associado à ideia de original.
O meu fim de semana estava a ser maravilhoso. A semana tinha sido complicada em termos de horários, os trabalhos começam a ser mais e os prazos começam a apertar - tanto para mim, como para o meu Rapaz. Por essa razão, foi com expectativa que esperei a chegada do fim de semana. Estava prometido que íamos passear, jantar fora, estar com a família e namorar tudo o que não namorámos durante a semana. Pensei tudo, menos que o nosso fim de semana, que tanto desejámos que chegasse, terminasse da maneira que terminou.
Ontem, pelas 18h começámos a ver um pequeno núcleo de fumo que nos parecia estar perigosamente perto. Seguimos o fumo que parecia cada vez mais negro e deparámo-nos com um foco de incêndio concentrado num terreno. Os seus donos, dois idosos, tentavam atrapalhados salvar os seus cães e o seu rebanho de ovelhas. Ainda não tinham chamado os bombeiros e por isso essa foi a nossa primeira tarefa. As pessoas começaram a chegar, alarmadas pelo fumo que se via da estrada e com elas chegaram os primeiros bombeiros. Parecia que tudo se ia controlar - mas só parecia.
O meu natal do ano passado ganhou o título de "melhor natal de sempre", mesmo competindo com edições em que recebia 2 Barbies e dois Nenucos daqueles que eu passava o mês de dezembro a ver na televisão. Quando disse à minha mãe que o natal de 2016 tinha sido o melhor natal de sempre ela disse-me que tinha tudo a ver com espírito com que abraçamos a época. Apesar do natal ter sido sempre a minha altura preferida do ano, o ano passado foi diferente porque ainda mergulhei mais no espírito.
Durante o dia 24 não saí da cozinha a ajudar a minha mãe a fazer doces e decorações para a noite. Vesti umas calças verdes com um casaco vermelho, fiz umas tranças, maquilhei-me a sério - com brilhantes dourados - e pus um barrete de pai natal. Parecia que tinha sido tirada de uma fábrica da Lapónia e adorei cada segundo. Nunca tinha vivido tão plenamente o espírito natalício que, à medida que vou crescendo, me vou apercebendo que é realmente muito mais do que dar e receber prendas. O meu aniversário, este ano, foi assim.
De uma maneira geral, não me posso queixar dos amigos que tive ao longo da minha vida. Nunca os tive em grandes quantidades, mas cada uns na sua altura, foram de alguma forma importantes. Li algures, há uns anos, que havia um estudo qualquer que dizia que as amizades que ultrapassassem a marca dos três anos durariam para sempre. Não sei se este estudo foi feito com o patrocínio do site noticiasbombasticas.br.con ou quanto tempo tem um "para sempre", mas a verdade é que às vezes as coisas não são bem assim.
Há amigos que são para determinadas fases. Há os maus amigos, que só nos apercebemos que o são muito tempo depois. Em ambos os casos, as pessoas afastam-se, quer se tenham conhecido ontem ou há dez anos. O estudo, em todos os casos, falha redondamente. Depois, há aqueles amigos que temos desde que nos lembramos de ser pessoas. Curiosamente, estes podem até ser os amigos que descoramos com mais facilidade. Não é por mal, de nenhuma das partes, mas a verdade é que já nos habituámos à presença uns dos outros e acabamos por estar descansados porque sabemos que se precisarmos de rir ou chorar, eles vão estar lá. No meio de muitas pessoas diferentes, tenho um bom grupinho desses. Um grupinho que não troco por nada, porque crescemos juntos. Hoje tentamos marcar um jantar e fica difícil porque andamos todos com a mania que somos adultos, mas o amor está lá.