Que o país quase pára quando há feriados, já todos sabemos. Que, caso houvesse um pseudo-feriado por causa da vinda do Papa, o país ía parar, também não é novidade para ninguém. Mas porra, para isto eu não estava mesmo preparada.
Confesso, quando soube que íamos ter cá o Papa Xico, fiquei logo a pensar que gostava de ir. Em 2007 tive a sorte de ir com a escola até ao Vaticano e tivemos uma audiência com o Papa Bento XVI. Também sou daquelas que, quando se fala no Vaticano e na excessiva grandiosidade de cada recanto e de cada membro da igreja que vemos por lá, fica um pouco céptica em relação ao facto de ali, a igreja parecer sobretudo uma máquina de fazer dinheiro. No entanto, não deixou de ser uma experiência fantástica. Fui educada no seio da fé católica e apesar de todos os defeitos que se possam apontar, também tem coisas muito boas que já me ajudaram muito e um dia vou criar também assim os meus filhos. Para além disso, apesar de não ter sido o meu Papa preferido, o senhor foi muito simpático.
Enquanto vos começo a escrever, contei a uma amiga como foi o meu fim de semana passado. Qual a resposta que ela me deu? "Uau Marta, a tua vida é super entusiasmante". Ora aí está algo que nunca me tinha passado pela cabeça. A minha resposta? "Foi só este fim de semana, e como vês não estou a saber lidar com isso". Olhando para trás, o meu fim de semana foi mesmo do caraças e vai dar pano para mangas para bons posts aqui no blog. Não vos posso dizer ainda quando nem soube o que vos vou falar, mas acreditem que são surpresas fantásticas!
No entanto, quando se tem um fim de semana incrível, cheio de atividades novas e muito entusiasmantes, tem também os seus contras. O primeiro - e para mim, o contra mais contra de todos - é a falta de horas de sono. Durante o fim de semana propriamente dito, nem notei muito essa falta. Andei sempre de um lado para o outro, sempre com várias pessoas e por isso nem dava para me aperceber do cansaço. Comecei a notar que estava a dar as últimas quando me sentei num sofá no sábado à noite: comecei a bater com a cabeça no peito de sono. Mandei com cada esticão que um deles me impediu de voltar a adormecer porque me aleijou mesmo. Fiz força para manter os olhos abertos, estava com outras pessoas e não queria fazer aquela figura ali.
Tal como vos disse neste post, uma das coisas que a minha mãe mais conta quando se fala da minha infância é o facto de raramente ter ficado doente em quase 22 anos de vida. Isso também fora algo que sempre me agradara - obviamente, não é - porque podia vir aquela dorzinha de garganta muito desconfortável, até talvez um dia com febre, mas nunca era nada que uma boa noite de sono não resolvesse.
A única vez que estive mesmo doente foi com poucos meses de vida, porque o meu irmão, a quem eu andava sempre agarrada - ou melhor, tendo apenas meses, provavelmente era ele que não me largava a mim - me pegou, nada mais nada menos, do que papeira. Estão a imaginar um pequeno bebé de meses com papeira? Deve ser delicioso, ali a fazer lembrar um leitãozinho bem rosado e inchado.
Gosto de todos os dias vir aqui falar de alguma coisa diferente. Já tinha um tema programado para o meu post de hoje e assim que me lembrei dele, anotei-o. Entretanto, lembrei-me de outro ainda melhor! Quando a lampadazinha se acendeu por cima da minha cabeça fiquei mesmo contente porque tinha a certeza de que quando clicasse em "publicar" ia ficar mesmo orgulhosa do trabalho que tinha feito. Acontece que esse segundo tema, essa ideia absolutamente brilhante, não foi anotada. Resultado: esqueci-me de que epifania foi essa e cheguei à conclusão que se calhar está a chegar a altura de começar a tomar memofante ou lá como se chama.
Posto isto, vou-vos falar de uma experiência que me deixou bastante confusa. Tanto, que nem sei bem como me sentir em relação a ela. Curiosamente, está completamente ligada com meu post de ontem sobre as aplicações.
Lembram-se de ter dito que estava tudo bem, que estava a adorar as minhas aplicações de saúde e que não me parecia que me estivessem a ser enviadas mensagens subliminares? Pois, hoje de manhã fiquei um bocado confusa em relação a essas afirmações orgulhosas, de pulmão cheio, que fiz ontem.
Eram 22h30 quando terminei o meu duche e me preparei para ir para cama. Tinha preenchido os dados na app da menstruação, registando tudo o que tinha sentido ao longo do dia. Tinha, durante o jantar, alcançado mais uma vez o objetivo auto-imposto relativamente à quantidade de água a beber por dia. Tudo ok até aqui.
Deitei-me, peguei no volume dois de Guerra dos Tronos e li umas páginas. O Rapaz ligou, e apesar do cansaço de ambos, estivemos ainda uma horinha na conversa. Tão bom, maravilhoso, tudo ok. Despedimo-nos e eu sorria enquanto desligava o telemóvel. "Coisa mais linda de sua menina!"
Eram cerca de 23h35. Estava mais que na hora de ir dormir. Programei o despertador para as 8h30 da manhã, peguei nos fones e no ecrã do telemóvel já se lia "Make sure you get some Headspace" - o nome da app é mesmo muito bom, eu sei. Lá fui eu para o segundo dia do meu percurso de dez dias de speed meditação. Escolhi a faixa para a noite de ontem, arranjei uma posição confortável e preparei-me para apagar a luz. Não o fiz porque o senhor lá me disse para começar o exercício de ollhos abertos, tomando hoje consciência do espaço à minha volta. "Apago quando acabar", pensei.
O exercício lá começou. Incrível. Respiração no lugar, sentia-me cada vez mais capaz de esvaziar a mente de qualquer pensamento, muito mais do que no primeiro dia.
E pronto. Sim, é isto. Não me lembro de mais nada. Quando abri os olhos pensei "bem, vamos lá descansar. Esta app é mesmo relaxante." Tirei os fones, pu-los na mesinha de cabeceira, apaguei a luz, agarrei no telemóvel para o pôr a carregar - como todas as noites - e..... o relógio marcava 7h18 da manhã. Exato. Acreditem que se estão confusos a ler isto, eu tive vontade de bater com a cabeça na parede para perceber o que se tinha passado.
Eu tenho o sono leve. Acordo com brechas de luz se a persiana não estiver bem fechada, acordo com o vibrar dum telemóvel e às vezes até com o meu pai a ressonar no andar de baixo. Eu dormi cerca de oito horas, de luz acesa, de fones nos ouvidos, SEM ME MEXER!!! O telemóvel ainda estava em cima da minha barriga, tal e qual o deixara quando cliquei no play.
Se me perguntarem, digo-vos que tive uma noite santa. Nem sequer sonhei - que tem sido muito comum - e mesmo acordando uma hora antes do despertador, sentia que poderia começar ali o dia porque tinha descansado a sério. Claro que pode ter sido apenas uma noite bem dormida. Claro que poderia estar só mais cansada do que o normal. Azar que foi no segundo dia em que experimentei uma app na qual se ouve uma voz a dizer-te como respirar e que a maior parte das pessoas acha um bocado estranha. Epá, acontece..... certo?
Questionar se se foi hipnotizada é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.
Sou a Marta e gosto de escrever umas coisas de vez em quando.
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