À Descoberta #8 - Solar dos Amigos
Lembram-se daqueles posts que fiz sobre a minha estadia no parque de campismo? Ainda não vos contei tudo sobre esses dias, apesar de já ter passado mais de um mês! Não vos contei ainda uma das partes de que nós (eu e o meu Rapaz) mais gostámos e que temos contado a mais gente desde que voltámos: o local que escolhemos para jantar, o Solar dos Amigos, no Guisado. Um aviso de amiga: preparem-se para ficar com água na boca com as fotografias e descrições que se seguem!
Esta nossa escapadela foi para festejar o nosso aniversário de namoro e por isso queríamos ir jantar a um bom restaurante. Tanto eu como o meu Rapaz gostamos de comer bem e por isso queriamos procurar algo que tivesse aquela vibe tipicamente portuguesa. Para nossa sorte - e visto que não conhecemos nada na zona da Foz do Arelho e das Caldas da Rainha - o Solar dos Amigos apareceu logo nas sugestões da Google ao pesquisar por "restaurantes caldas da rainha". O nome agradou-nos logo e as fotografias dos pratos, ainda mais. Decidimos ir... só não sabiamos que iria ser uma grande aventura até lá chegar.
Seguimos as indicações do GPS que nos estava a mandar para fora das Caldas da Rainha. Desconfiámos, mas lá fomos. Seguimos por estradas sem iluminação, com curvas e contra curvas e muito pouco movimento. Passados uns vinte minutos após termos saído do parque de campismo chegámos ao Guisado. "Bem, também gosto do nome da terra!", dizia o meu Rapaz, tanta era a fome que tinhamos depois de tanto andar. Uma vez no Guisado, logo mesmo na estrada principal, começámos a ver imensos carros parados de um lado e outro e um cheirinho muito bom no ar. Num dos lados da estrada, um edifício térreo, de ar pacato: era o Solar dos Amigos.
A coisa começou logo bem quando lemos o aviso "Não temos multibanco". Começámos a ver a vida a andar para trás porque não tínhamos dinheiro connosco, estávamos cheios de fome, não queríamos andar mais de carro e o Guisado não tinha ar de ter nenhum multibanco por perto. Fomos prontamente recebidos por uma senhora que, com um grande sorriso, nos perguntou logo se não tínhamos "aquela coisa do telemóvel que é do banco, que basta carregar aí e pagam a conta!". Bem, e não é que tínhamos? Ficou resolvido! A partir daqui, começaram as surpresas.
"Querem ficar numa sala mais perto ou mais longe da cozinha? Querem sala com ou sem lareira?". Como assim? Pois, o tal edifício pacato, uma vez passada a porta, não tem fim. Salvo erro, são cinco salas, todas elas decoradas com temas equestres. O ambiente é espetacular, super acolhedor sem ter mesas umas em cima das outras. E o cheirinho, não vos digo nada!
As entradas estavam todas ótimas! Não deixámos nada lá ficar, sobretudo a partir do momento em que colocaram o cesto das broas de milho na mesa: aquilo estava tão fofo, tão quentinho, que até fazia lembrar pão de ló acabado de sair do forno! Pedimos uma garrafa de vinho tinto (optámos por um Papa Figos), de uma coleção para todos os gostos, de norte a sul do país. Agora vinha a parte melhor (e mais complicada): escolher o que jantar.
Depois de muito hesitar decidimos que íamos pedir meia dose de picanha e meia dose de tirinhas. Qual o nosso espanto quando somos aconselhados pelo simpático senhor que nos serviu a não fazermos uma coisa dessas. Que era demasiada comida e que uma MEIA dose iria chegar para os dois. Ficámos meio desconfiados porque sabemos o que ambos comemos, mas o senhor disse-nos logo "aqui, os nossos clientes não têm que ter pressa. A qualquer momento podem pedir mais comida!". Ficámos mais descansados e pedimos "apenas" meia dose de tirinhas.
Bem, agora as fotografias falam por si. Isto é meia dose de comida: travessa das tirinhas saborosas que tenho comido, batatas fritas, feijão preto, arroz de feijão e broa de milho com legumes. Refeição incrível, que a cada dentada nos fazia dizer "hmmmm!", tipo anúncio piroso de televisão. As sobremesas que se seguiram também estavam ótimas, mas "infelizmente" tivemos ambos que optar por duas mousses de chocolate, embora houvesse bolos de fazer babar. No entanto, aquela meia dose tinha sido tanta que seria um desperdício pedir algum bolo ou doce daqueles mais elaborados. Nesta parte das sobremesas fizeram algo que, para mim, foi inédito: trouxeram todas as sobremesas para a mesa, para que as pudessemos ver. Achei a ideia brilhante em termos práticos porque escusa o empregado estar a dizer mil nomes diferentes e porque nós nunca fixamos tudo, e porque é algo que marca a diferença, por não acontecer em todo o lado. Fiquei tão maravilhada com aquela coleção que até me esqueci de fotografar.
No final de tudo, já depois do café e do digestivo, ainda foram simpáticos ao ponto de nos trazer uma garrafinha de licor (que nos pareceu de canela) e uma caixinha de biscoitos, oferta da casa, imaginem!!! Com tudo isto, misturado com boa companhia e com um ambiente familiar e acolhedor, o jantar acabou por durar umas quatro horas. Desde aí que sempre que alguém fala em restaurantes ou comer fora que eu e o meu Rapaz aconselhamos o Solar dos Amigos. A sério, foi mesmo mesmo bom, provavelmente o melhor restaurante a que fomos este ano. Vale cada cêntimo!
Restaurantes incríveis são (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.