A mala perfeita e outras decisões
Faltam cerca de dois meses para a festa do ano: o casamento do meu irmão.
O último casamento a que fui foi o da minha queridíssima tia e eu tive a honra de ser a menina das alianças - por isso imaginem aos anos que já não vai.
Lembro-me que foi um dos meus dias preferidos de sempre. Fartei-me de dançar no altar porque estava mesmo ao lado das guitarras e do orgão então a minha pobre mãe passou a cerimónia a dar-me toques nas costas para eu parar de me abanar sempre que começava alguma música.
Lembro-me de achar a minha tia a princesa mais linda do mundo. A minha tia é uma pessoa muito prática e despachada por isso, para uma menina de 9 anos, ver a tia com um vestido bem grande, um véu ainda maior e - momento alto do meu dia - chegar numa charrete.... bem, estava encantada.
Esta é a minha última lembrança do que é um casamento e por isso, estão a imaginar o meu entusiasmo por ter um casamento com idade para me arranjar a sério. Ainda por cima do meu irmão. Acreditem, não fazem sequer ideia.
Sou a mais intrometida, mas sempre com autorização dos noivos, não fossem já eles saber o que a casa gasta. Fui às provas do vestido, do fato de noivo, fui visitar as quintas, fui provar a comida - e filmei TUDO! Só notam que o casamento não é meu porque é um bocadinho menos espampanante e over the top do que eu escolheria mas isso não faz com que a experiência seja menos mágica. Mesmo não sendo o meu, é o do meu irmão e da minha cunhada e estar na primeira fila a vê-los passar por esta experiência é igualmente entusiasmante para mim.
Acho que já se aperceberam - basta olhar para o aspeto do meu blog - que se pudesse, quando fosse grande, seria uma princesa a tempo inteiro. Adoro tudo o que grite feminino e os meus olhos vão logo colar em tudo o que tenha brilhantes e coisas que tais.
Acontece que toda esta brincadeira do casamento também é um momento de grande reflexão para mim, afinal não fosse este evento ser a minha versão dos Óscars. A palavra que quero, desde que soube que isto ia acontecer - 3 meses antes da própria noiva - é que queria ir ES-CAN-DA-LO-SA. Comecei a treinar mais no ginásio e tudo. Experimentei montes de vestido, daqueles meio esvoaçantes, com saias em tule - sempre até aos pés, nunca vesti tal coisa, por isso tinha que ser agora! - e nenhum me encheu as medidas. Até que tropecei no meu primeiro sereia. Escusado será dizer que nem experimentei mais nada.
Sabia que queria dar nas vistas - cheguei a ponderar um modelo igual ao da Emma Watson nos Golden Globes há uns anos, com calças atrás e vestido à frente. O meu sereia, sendo vermelho, diria-se que já dá nas vistas o suficiente, certo? Errado.
No meu sereia vermelho, escolhi optar por seguir uma tendência que os """"""especialistas"""""" dizem ter ficado em 2016, mas pouco ou nada me interessa: o color block. Exato, num vestido vermelho, decidi optar por sapatos e acessórios rosa choque. Claramente um outfit à Carmezim (ou, pelo menos, à Marta).
Os sapatos foram fáceis e adoro-os. Da cor que queria, com um salto bem alto e com umas franginhas no calcanhar que ainda tornam o visual mais divertido. A questão que se coloca agora é: então e a mala?
Tudo o que se vende por essas lojas fora, na cor que quero, dava para ser a minha avó a levar. As mais irreverentes no formato ou no desenho, são de cores que fazem bocejar até quem tenha ingerido uma grade de Red Bull. Até que, sem querer, sem estar propriamente à procura, dou de caras com isto:
Digam lá que isto não é só a coisa mais adorável que já viram em toda a vossa vida? Fiquei histérica, louca, fui a correr gritar à minha mãe que era esta a mala que ia ficar a matar no meu look de casamento, digno da irmã do noivo. Disse para mandarmos vir, mas.... custa mais de mil euros. Sim, ouviram bem, eu também fiquei com essa cara. MIL EUROS para uma malinha que mal dá para pôr o telemóvel lá dentro.
Lá se vai o meu rebuçado, e a minha missão continua.
Malinhas doces são (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.