A maldição das segundas semanas
Se carregarem ali no separador de "Marta Vai Ao Estágio" vão ficar a saber do que me aconteceu na minha segunda semana de estágio curricular: cheguei atrasada, mas aquele atrasada a sério, mesmo de fazer alguém ficar envergonhado à força toda. O que me revoltou mais dessa vez é que aquele atraso só se deveu a mim e a um erro meu. Foi mesmo só culpa minha, por ser uma cabeça no ar que vê mal as horas.
Hoje é segunda feira, dia 10 de julho e hoje é o dia que marca o início da minha segunda semana de estágio não curricular - mas também não lhe chamam profissional, por isso não sei bem o que sou agora. Coincidência ou não, a verdade é que tal como me aconteceu na segunda semana do estágio curricular, hoje também cheguei atrasada e ia tendo um ataque de pânico.
Tudo começou ontem à noite. Houve festa na terrinha, mas mesmo assim fiz o esforço de não dançar ao som de Abel Alves e vir para casa a uma hora em que ainda conseguisse ter uma boa noite de sono. Antes de apagar a luz tive também o cuidado de programar o despertador para a hora certa porque - nem sei bem como - lembrei-me que o tinha desligado durante o fim de semana para que nada me acordasse a um domingo. Despertador programado para as 6h15m, tal como é costume nos dias de semana. Descansadinha da minha vida, apaguei a luz e fui dormir.
Hoje foi uma daquelas noites que facilmente caem na categoria de "noites santas". Não sonhei, o que para mim é sinal de descanso total, não tive calor, não tive frio, não havia pulgas nem melgas... um verdadeiro descanso. Nada me acordou durante a noite... nem quando deveria ter acordado.
Hoje, para minha surpresa, acordei para lá de sobressaltada do meu sono de rainha com o meu telemóvel e o mais surpreendente é que era o meu Rapaz. Que estranho ele estar-me a ligar tão cedo, visto que em situação normal sou eu que acordo mais cedo que ele e acabamos sempre por ir no mesmo autocarro. De coração a bater demasiado pelo susto, atendi.
"Então amor, adormeceste?" O quê? Eu? Adormecer? Isso nunca me aconteceu na vida e muito menos iria acontecer andando eu tão preocupada eu fazer um bom trabalho no estágio. Olho para o relógio e marcava 7h45m! SETE E QUARENTA E CINCO! Uma hora e meia depois da hora a que eu deveria ter acordado. Num dia normal já deveria estar a chegar a Lisboa.
Desliguei o telemóvel, rebolei da cama abaixo e vesti a primeira coisa que me apareceu, comi um iogurte e saí porta fora. Estava dentro do carro - espero não ter passado por nenhum polícia! - eram 7h54m. Nunca na vida me tinha despachado tão rápido. Meia - que é como quem diz toda - stressada, lá cheguei ao estágio.
O curioso? Acabei por chegar mais cedo do que num dia de trânsito no Marquês de Pombal. Mas valeu bem para o susto. Após algumas horas de reflexão - porque continuava sem perceber como é que o despertador não tinha tocado - percebi que ele tinha, efetivamente, tocado. Eu, senhora do meu nariz e porque não estava para me chatear, é que com toda a lata do mundo peguei no telemóvel e pensei "Hmmm... agora não. É domingo e tudo!" e desliguei-o, enquanto me virava para o outro lado.
Nota mental: tenho que começar a acompanhar o som do despertador com uma mensagem a dizer o dia da semana em letras maiúsculas, só para ver se não me armo em Kardashian. O meu coração não aguenta outro susto destes.
Chegar atrasada é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.