Anatomia de... um episódio triste
Atenção: este post pode conter spoilers para quem não está a par do último episódio de Anatomia de Grey. Desta frase para a frente - e apesar de agradecer muito a visita aqui ao meu blog - seguem por vossa conta e risco. Venho falar-vos do penúltimo episódio da 14ª temporada, dois minutos depois de o ter acabado de ver. Este foi um dos episódios mais tristes que já vi. Não sei como não me parti a chorar aqui no meio do meu local de trabalho. Podia vir aqui falar-vos de, sei lá, qualquer episódio de This Is Us, mas essa série é tão outro nível que quando vejo um episódio mais triste que o anterior, fico sem palavras. Este episódio de Anatomia de Grey deixou-me assim meia aparvalhada porque... já não espero muito desta série.
Só dizer isso já é triste só por si. Anatomia de Grey é, provavelmente, a série que vejo há mais tempo. Vejo-a desde que estreou e durante muito tempo foi a única série que acompanhava religiosamente. Depois lá comecei a perceber que isto das séries é todo um mundo espetacular e comecei a acrescentar mais e mais séries à minha lista. No meio de tudo isso, mesmo esquecendo-me dela em certas alturas, acabava sempre por voltar a atualizar todos os episódios de Anatomia de Grey. Não sei se é por ter já tantas temporadas, já terem aparecido e desaparecido tantas personagens e ainda assim ficarem outras tantas, que uma pessoa sente que conhece toda aquela equipa.
Também é verdade que, enquanto espectadora de Anatomia de Grey, estou habituada às golpadas crueis da produtora da série. Mortes como a do George, da Lexie, do Mark, o acidente da Arizona e da Callie, e claro, a morte do Derek, são momentos verdadeiramente dramáticos na história da série. É todo um conjunto de momentos que nos fizeram atirar a toalha ao chão e dizer "epá, é agora que vou deixar de ver esta porcaria!". Tipo Game Of Thrones sem fantasia. A verdade é que, sabe-se lá porquê, não deixamos de ver.
Cheguei a falar aqui no blog sobre a 13ª temporada e de como não houve um único episódio que se aproveitasse. NEM UM! Estava verdadeiramente chateada com isto, não percebia porque é que não colocavam um ponto final na série em vez de lançarem temporadas só para encher chouriços. Felizmente, a 14ª já foi diferente. Houve um escândalo ali e acolá, houve cenas fortes, houve enredos engraçados e resolveram-se duma vez coisas que já se vinham a arrastar desde essa fatídica temporada 13. Uma pessoa foi acompanhando, sempre sabendo que, façam o que fizerem, já não vão conseguir fazer episódios dramáticos como os que falei ali em cima. Achava eu.
Hoje lembraram-se de pôr em risco a personagem mais fofinha, mais querida, mais indefesa e por que mais dilemas passou esta temporada: a April. A April Kepner, imaginem!!!! Deixaram-me ali, durante 40 minutos, a olhar para o ecrã do computador e a pensar "MAS QUAL É A LÓGICA, QUAL É A NECESSIDADE DISTO!!". Epá, eu já sabia que ela vai sair da série, mas não dava para a enviarem para um convento? Para outro hospital?? Depois ainda por cima meteram o Jackson e toda a equipa a rezar por ela, porque ela quereria que assim fosse... como assim brincam com o meu coração desta maneira?! Só para serem mais crueis ainda, metem o pobre coitado do rapaz que ela deixou no altar, que perdeu a esposa e que tem um bebe pequeno no mesmo acidente.
Este episódio foi dramático como há muito não havia nesta série. Até todo o desempenho, sobretudo da Ellen Pompeo e do Jesse Williams, tornaram tudo isto mais difícil de saber lidar. Ela lá acordou, mas sinceramente, já estou à espera de um drama gigante no episódio desta semana (que ainda por cima vai ser o último da temporada). Já mataram muita personagem, mas esta então, é serem mauzinhos. Caraças, Shonda Rhimes.
Anatomia de Grey é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.
