Baby Carmezim, uma miúda engraçada #2
Já passou mais de um mês desde que fiz o primeiro - e último post - deste género. Não sei bem porquê, até porque foi dos posts que mais gozo me deu fazer e sobre o qual recebi várias mensagens muito bonitas de pessoas que gostaram de o ler.
Antes sentia uma dificuldade enorme em arranjar um tema para escrever. Com este blog, o meu problema é ter temas a mais. Vejo várias coisas no meu dia a dia sobre as quais penso "isto daria um post mesmo engraçado", mas - feliz ou infelizmente, depende do ponto de vista - falta-me o tempo para conseguir escrever aqui todos os dias como gostava. Estou até a ponderar pôr mais do que um texto por dia, porque realmente, sinto que tenho que aproveitar ao máximo as oportunidades em que posso cá vir e falar um pouco convosco.
Bem, e entretanto já me perdi. Hoje trago-vos mais uns pedacinhos da Baby Carmezim, porque os registos de histórias fantásticas desta pequena estrela continuam aqui, à espera de serem publicados.
"Vinte e seis de setembro de 1997 - dois anos:
Quando há dias o Zé - o meu excelentíssimo pai - se deitou ao lado dela no sofá, ela muito chateada, começou a refilar:
- Óh pai, saaaai! Deixa a "quiança dumir!!!"
Quando lhe dizemos "Marta, não mexe nisso!" ela respode logo:
- Os meninos não mexem: nos fósforos, nos papéis do pai, nos "ramédos", na "madinha" nem na "tisowa". - que é como quem diz, nos remédios, na "pomadinha" e na tesoura. Olhem só tão querida!
No dia 28 de julho de 1997, a Marta vestiu pela primeira vez a farda do Rancho Folclórico do Livramento - rancho da minha terra, onde o meu pai dança e a minha mãe canta - e esteve comigo em palco. Apesar de ter estado cheia de sono, portou-se lindamente: punhas as mãozinhas no ar e batia palmas no final de cada música.
Quinze de novembro de 1998 - três anos:
Há dias eu disse-lhe: "Amanhã quando acordares a mãe não vai estar cá porque vai trabalhar. Se a avó ainda não tiver chegado, vais para a sala ver televisão." No dia seguinte perguntei: "Então Marta, ontem quando acordaste foste à procura da mãe?". Responde-me, com o ar mais natural do mundo:
- Não mãe, disseste que não ias estar cá.
Ontem, estava na casa de banho e começou a rir-se sozinha. Perguntei-lhe:
- Porque é que te estás a rir, Marta?
- Porque me estou a lembrar que o avô me chamou "pechincholas"!!! - o meu avô era ótimo com alcunhas.
Adora comer salsichas. Há tempos, abri uma lata porque ela me pediu uma. Foi comer para a sala onde também estava o Tiago - o meu irmã mais velho. Depois, voltou à cozinha e disse:
- Óh mãe, dá mais uma para mim e outra para o Tiago.
Eu dei-lhe. A cena repetiu-se de novo, passado um bocadinho. À terceira vez, eu não dei mais e disse para o Tiago:
- Tiago, já chega de comerem salsichas!
Ao que ele me responde, chocadíssimo:
- Mas mãe, eu não comi nenhuma!
Ontem a minha mãe - a avó Rosalina - pediu-lhe para ir ao terraço buscar umas botas que lá estavam ao sol. Ela lá foi, mas quando chegou cá dentro, muito despachada disse para a avó:
- Óh avó, toma lá as botas e arruma-as na despensa, se fazes favor!"
Ser senhora do seu nariz é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.