Chorar pelo iogurte derramado
No dia 1 de janeiro de 2017, estabeleci um grande objetivo para o meu ano: sair de casa dos meus pais. Sei que é algo muito ambicioso e muito difícil de concretizar tendo em conta a conjuntura em que nos encontramos, mas acho que estou a fazer o que posso para alcançar este meu grande objetivo.
Infelizmente, tive que alargar o prazo para o concretizar até ao próximo ano - principalmente porque viver em Lisboa custa, neste momento, uma média de 850 euros por mês. E qual o recém-licenciado - que não mexa em computadores e tecnologias - que pode suportar uma batolada dessas? Nenhum. A experiência no estágio está a fazer-me muito bem também por causa disso. Tem servido como uma espécie de wake up call para os problemas que existem no seio da área da cultura e assim, acabo por começar já desde cedo a tentar inventar algum plano maquiavélico para dar a volta à coisa.
Como diz o outro, tem sido um verdadeiro abre-olhos, mas não é por isso que estou menos esperançosa ou motivada, antes pelo contrário.
No entanto, mudar de casa não implica apenas questões monetárias. Implica também impôr-me algumas regras básicas para que possam mais tarde contribuir para a harmonia quando tiver o meu cachorrinho e quando me juntar com o meu Rapaz. Já tenho algumas dessas regras estipuladas, que ando a tentar praticar em casa dos meus pais - umas vezes correm melhor que outras, admito - mas ontem, tive a oportunidade de juntar mais alguns pontos a essa lista, nomeadamente:
1) Não culpar os outros por algo que posso ter sido eu fazer. Posso apenas não me lembrar que o fiz ou simplesmente nem ter reparado;
2) Se violei o ponto 1, e me excluo automaticamente da lista de suspeitos, não devo procurar um culpado - não vai adiantar nada;
3) Não devo enervar-me excessivamente por situações de fácil resolução;
4) Não devo refilar, em alto e bom som - especialmente depois das 22h00 - por ter que resolver esse mesmíssimo problema, de fácil de resolução;
5) Não devo bater com portas, especialmente depois das 22h00 - se morar sozinha, por causa dos vizinhos. Se morar acompanhada... bem, pelas razões óbvias;
6) Não perturbar o sono dos outros que estão na mesma casa que eu. - ponto que deixa de existir caso se violem todos os enumerados acima. Já é tarde demais;
7) Não violar nenhuma das regras acima, ESPECIALMENTE, se a razão pela qual foram violadas, seja um iogurte entornado.
Qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência.
Saltar a tampa não é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.