conselhos de valor acrescentado
Hoje é segunda feira e normalmente, de uma maneira geral, é considerado por muitos o pior dia da semana. A maior parte da malta não gosta de ter que voltar "à vida real", coisa que compreendo perfeitamente sobretudo com este tempo que só dá vontade de ficar a ver filmes em casa de lareira acesa. Pessoalmente, o dia que menos gosto é mesmo o domingo porque começo a sofrer por antecedência, a pensar que dali a menos de vinte e quatro horas começa uma nova semana. E esta, que começa com esta segunda feira chuvosa, é especialmente importante.
Perdi a conta ao número de posts que fiz aqui sobre as minhas dúvidas relativamente ao meu mestrado. Falei aqui dos meus medos, das minhas dificuldades e falei até de desistir. Durante os últimos meses concentrei-me em todas essas coisas. Fui fazendo as coisas, os relatórios, os trabalhos, as apresentações, sempre com todos esses pontos de interrogação na minha cabeça. Ao invés de se irem dissolvendo, parecia que aumentavam. O que eu não reparei foi que, mesmo tendo todas essas perguntas na cabeça, o tempo continuavam a andar para a frente. Tanto, que nem reparei que hoje, nesta segunda feira chuvosa, começa a última semana do meu primeiro semeste do mestrado.
Ontem ao almoço ouvi os meus pais falarem sobre como foi difícil o meu irmão, com os seus 10 anos, conseguir integrar-se no Colégio Militar. Na altura, falaram com um capitão ou um general, ou lá o que foi, que lhes disse: "isso é normal. Se ele aguentar até ao natal, vão ver que vai conseguir ficar até ao fim." Acho que, mesmo sem saber, o senhor general ou senhor capitão ou lá o que é, estava já a dar conselhos aos meus pais com valor duplicado. Sem saber, acabou por também me acontecer a mesma coisa.
Já disse que queria desistir, já chorei, já me senti burra, já tive vontade de bater com o punho na mesa e dizer "MAS PROFESSOR, ISSO NÃO É ASSIM E NÃO VAI CONVENCER-ME DO CONTRÁRIO!", e já achei também que me tinha enganado redondamente na área a seguir. Entretanto, hoje estou eu aqui a escrever este texto e a seguir tenho que ir treinar a minha última apresentação para arrumar, de vez, a primeira cadeira do mestrado. Na sexta será outra e depois, na próxima - porque foi adiada - será a última das últimas! Assim, sem saber bem como, aguentei até ao natal e consegui chegar ao fim.
Ainda é um bocado estranho para mim pensar nisso. Duvidei tanto, tanto, tanto, que nem me apercebi que as coisas estavam a avançar. Não me apercebi que já tinha ultrapassado uma época de trabalhos, que estava a ir para a segunda rodada e que agora estou também a chegar ao fim dessa. Pronto, e depois acabou! Aguentei até ao natal e apesar de não ter sido fácil, acho que posso dizer já não ter tantas dúvidas assim. Obviamente que ainda me vou sentido burra, mas se calhar isso até é algo bom: quer dizer que todas as aulas são oportunidades para aprender algo novo.
Se eu já gostava tanto do natal, acho que este ano ganhei mais uma razão para gostar ainda mais: ainda que meia acabada, meia desgrenhada... cheguei ao natal! A nova meta... já dizia o senhor capitão, ou o senhor general, ou lá o que é!
Primeiro semestre despachado é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.