Empurrão do outro lado do mundo
A semana passada foi bem melhor do que eu estava à espera. Custou um bocadinho, pontualmente, em situações e momentos muito específicos, mas de uma maneira geral, não deixou de ser uma boa semana. O meu Rapaz esteve fora, como costuma estar por esta altura do ano, e o ano passado foi um nadinha chato, para não dizer pior. A vantagem é perceber, na prática, que de ano para ano, as coisas que um dia foram inseguranças parvas minhas, agora já estão bem mais adormecidas. Fico feliz por ele ter esta experiência só dele - embora um dia queira também fazer tudo aquilo com ele. Ainda assim, é sempre bom quando percebemos que crescemos e que aquilo em que tanto trabalhamos está, realmente, a ter repercussões (positivas) na vida real.
Apesar desta nova semana ter começado da melhor maneira, a semana passada também foi boa. Fui especialmente produtiva no que toca a coisas da faculdade. O meu tempo foi, literalmente, divido em dois: 50% para o blog e outros 50% para a faculdade. Fiz trabalhos, continuei pesquisas e pus-me à frente do próprio calendário. Graças aos trabalhos que comecei, continuei e/ou terminei, já não me sinto propriamente a nadar na maionese. Estou, como dizem os americanos, on top of my game. Diga-se de passagem: é uma sensação do caraças.
Outra das razões pelas quais estive constantemente à espera que esta semana chegasse finalmente não diz apenas respeito ao meu Rapaz. Diz também respeito à faculdade e a estes trabalhos de que vos falo. Gosto muito de estudar, investigar e aprender, mas a verdade é que se torna um bocadinho avassalador quando olhamos para a agenda e percebemos que ainda falta não sei quanto tempo para darmos as coisas por terminadas. Estou num ponto em que só os quero despachar. Hoje, segunda feira, vem mais uma daquelas apresentações importantes, que demoraram tempos e tempos a conseguir terminar mas, ainda assim, estou confiante de que vou ser capaz de fazer um bom trabalho. Só quero fazer isto para puder riscar mais um pontinho na minha to do list.
Mas nem tudo foi incrível, nem tudo foram só boas notícias, nem tudo foi só aquela sensação boa de realização. Deve ser mais uma questão de equilíbrio, como tudo na vida. Também houve aquelas coisas que nos fazem querer revirar os olhos e bater com a cabeça na parede, coisas chatas, da vida adulta. Aquelas que nos desanimam e desmotivam nem que seja por um bocadinho e que nos deixam sem saber bem para que lado ir. Também houve disso e foi nesses momentos que foi mais chato não poder pegar no telemóvel e desabafar com o meu Rapaz. Felizmente, temos sempre aquelas pessoas que sabem sempre o que e quando dizer. Aquelas pessoas que nos fazem sentir automaticamente melhor e com a força suficiente para deixar de dar importância a coisas de fácil resolução.
Hoje, quando acordei e me apercebi que a semana por que esperava, por uma data de razões, estava finalmente aqui, reparei também noutro aspeto curioso. Reparei que, realmente, todos temos nas nossas vidas alguém (ou "alguéns") que nos vai dar aquele empurrãozinho extra que vem mesmo na hora certa. No entanto, é curioso como essa inspiração, esse incentivo, esse "abraço" pode também vir dos sítios mais longínquos, das pessoas mais aleatórias, que até podem não nos conhecer de lado nenhum.
Ainda deitada, enquanto arrajava coragem para sair do quentinho dos meus lençóis, fiz o meu clássico scroll pelo Instagram. Distribui uns corações e vi uns instastories... o primeiro com que me deparei? Uma imagem de uma Youtuber estrangeira que sigo porque gosto de acompanhar o seu trabalho e que, obviamente, nem sequer sonha com a minha existência. A imagem partilhada foi esta:
"A mulher em que te estás a tornar vai custar relações, espaços e pessoas.
Escolhe-a sempre."
Era tudo o que eu precisava de ler. Era aquele extra boost de energia para começar um ótima semana, uma semana feliz. Às vezes duvido muito de mim e acho que me pergunto demasiadas vezes se estarei a fazer a coisa certa. Se não devia pensar doutra maneira, fazer as coisas de maneira diferente... mesmo quando me sinto bem, mesmo quando me sinto feliz. E isso não deve ser assim, não pode, mais que não seja pelo simples facto de não fazer qualquer sentido. A linha que separa o amor próprio do egoísmo pode ser muito ténue, mas cabe ao bom senso de cada um olhá-la todos os dias. Se eu acho que não a toco ao tomar esta ou aquela decisão, ou não tomando nenhuma... porquê mudar?
Sorri quando li estas palavras que me fizeram pensar de verdade nestas questões. Senti-me confiante e otimista para o que aí vem, e segura das decisões que tomo: segura de mim. Passado duas horas estava de volta aos braços do meu Rapaz. Hoje dei por mim a gostar de segundas-feiras.
Reflexões são (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.