Entre o sono santo e a hipnose
Gosto de todos os dias vir aqui falar de alguma coisa diferente. Já tinha um tema programado para o meu post de hoje e assim que me lembrei dele, anotei-o. Entretanto, lembrei-me de outro ainda melhor! Quando a lampadazinha se acendeu por cima da minha cabeça fiquei mesmo contente porque tinha a certeza de que quando clicasse em "publicar" ia ficar mesmo orgulhosa do trabalho que tinha feito. Acontece que esse segundo tema, essa ideia absolutamente brilhante, não foi anotada. Resultado: esqueci-me de que epifania foi essa e cheguei à conclusão que se calhar está a chegar a altura de começar a tomar memofante ou lá como se chama.
Posto isto, vou-vos falar de uma experiência que me deixou bastante confusa. Tanto, que nem sei bem como me sentir em relação a ela. Curiosamente, está completamente ligada com meu post de ontem sobre as aplicações.
Lembram-se de ter dito que estava tudo bem, que estava a adorar as minhas aplicações de saúde e que não me parecia que me estivessem a ser enviadas mensagens subliminares? Pois, hoje de manhã fiquei um bocado confusa em relação a essas afirmações orgulhosas, de pulmão cheio, que fiz ontem.
Eram 22h30 quando terminei o meu duche e me preparei para ir para cama. Tinha preenchido os dados na app da menstruação, registando tudo o que tinha sentido ao longo do dia. Tinha, durante o jantar, alcançado mais uma vez o objetivo auto-imposto relativamente à quantidade de água a beber por dia. Tudo ok até aqui.
Deitei-me, peguei no volume dois de Guerra dos Tronos e li umas páginas. O Rapaz ligou, e apesar do cansaço de ambos, estivemos ainda uma horinha na conversa. Tão bom, maravilhoso, tudo ok. Despedimo-nos e eu sorria enquanto desligava o telemóvel. "Coisa mais linda de sua menina!"
Eram cerca de 23h35. Estava mais que na hora de ir dormir. Programei o despertador para as 8h30 da manhã, peguei nos fones e no ecrã do telemóvel já se lia "Make sure you get some Headspace" - o nome da app é mesmo muito bom, eu sei. Lá fui eu para o segundo dia do meu percurso de dez dias de speed meditação. Escolhi a faixa para a noite de ontem, arranjei uma posição confortável e preparei-me para apagar a luz. Não o fiz porque o senhor lá me disse para começar o exercício de ollhos abertos, tomando hoje consciência do espaço à minha volta. "Apago quando acabar", pensei.
O exercício lá começou. Incrível. Respiração no lugar, sentia-me cada vez mais capaz de esvaziar a mente de qualquer pensamento, muito mais do que no primeiro dia.
E pronto. Sim, é isto. Não me lembro de mais nada. Quando abri os olhos pensei "bem, vamos lá descansar. Esta app é mesmo relaxante." Tirei os fones, pu-los na mesinha de cabeceira, apaguei a luz, agarrei no telemóvel para o pôr a carregar - como todas as noites - e..... o relógio marcava 7h18 da manhã. Exato. Acreditem que se estão confusos a ler isto, eu tive vontade de bater com a cabeça na parede para perceber o que se tinha passado.
Eu tenho o sono leve. Acordo com brechas de luz se a persiana não estiver bem fechada, acordo com o vibrar dum telemóvel e às vezes até com o meu pai a ressonar no andar de baixo. Eu dormi cerca de oito horas, de luz acesa, de fones nos ouvidos, SEM ME MEXER!!! O telemóvel ainda estava em cima da minha barriga, tal e qual o deixara quando cliquei no play.
Se me perguntarem, digo-vos que tive uma noite santa. Nem sequer sonhei - que tem sido muito comum - e mesmo acordando uma hora antes do despertador, sentia que poderia começar ali o dia porque tinha descansado a sério. Claro que pode ter sido apenas uma noite bem dormida. Claro que poderia estar só mais cansada do que o normal. Azar que foi no segundo dia em que experimentei uma app na qual se ouve uma voz a dizer-te como respirar e que a maior parte das pessoas acha um bocado estranha. Epá, acontece..... certo?
Questionar se se foi hipnotizada é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.