Escrever sobre escrita: uma história chata
Desde que comecei a juntar fotografias minhas aos meus posts que a tarefa de ter um blog se tornou mais exigente. Parece coisa de pouco trabalho, mas acreditem que não é. Sobretudo no meu caso, que sempre fui uma pessoa que considerou ter 0 jeito para fotografar. Para além disso, também nunca tive uma grande máquina e muito menos orçamento para comprar, por isso, a tarefa fica ainda mais... desafiante. No entanto, o trabalho que tenho feito tem-me deixado muitíssimo orgulhosa. Com um tripé, o meu telemóvel e umas leituras sobre edição básica de fotografia tenho conseguido colocar este blog, naquela que é para mim, a sua melhor fase - e olhem que há-de ser sempre a subir.
No entanto, esta coisa de tornar posts pessoais ainda mais pessoais também tem os seus contras. Às vezes, pura e simplesmente, não sabemos o que havemos de fotografar. O que raio posso eu inventar aqui por casa que possa estar relacionado com o texto que quero escrever? É preciso todo um trabalho criativo que também tem sido novidade para mim - sempre tive muito medo de puxar por esse meu lado; sou daquelas pessoas que acha que a sua ideia nunca será boa o suficiente. Melhor ou pior, também tem dado os seus frutos.
A questão que se coloca hoje é: o que escrever e - ainda mais - o que fotografar, quando a única coisa sobre a qual nos apetece escrever é não escrever sobre nada? Sobre a incapacidade física e intelectual de escrever algo minimamente interessante? Pois. Aposto que ficaram com a mesma cara que eu. Estou, pelo menos, há duas horas a pensar que post poderia fazer hoje. Tenho uma lista de temas, mas nenhum me deixou especialmente entusiasmada. Não que não sejam bons posts - é rara a vez em que não tenho uma ideia brilhante -, mas simplesmente não me deixaram entusiasmadíssima para me sentar hoje em frente ao computador.
Há dias assim, não é? Dias em que estamos assim a meio gás. O estranho é que estou bem disposta, está tudo bem, o almoço foi bom, não me chateei com a vassoura que agarra mais cabelos do que limpa quando varri o chão da cozinha, já me ri com a minha avó e com as suas novas crocs e o meu Rapaz terminou de editar um vídeo muito especial - que está mesmo quase a sair! Está, literalmente, tudo bem. Estou só a meio gás.
Porquê escrever na mesma, então? Porque sim. Porque, como dizia a outra, eu mereço. Isso e porque, tal como acontece nos empregos "a sério", também há dias em que nos sentimos menos produtivos. Já nem me lembrava da última vez que isto me tinha acontecido e a ver se amanhã isto já passou. Com certeza que sim, porque algo me diz que amanhã vou querer falar sobre a minha mais recente descoberta nas lides do enxoval: uma iogurteira!!!
Geralmente puxo muito pela cabeça para fotografar algo que não só seja giro como também vá complementar o post em si. Quando eu própria apareço nas fotografias tento estar o mais apresentável possível, sem ser exagerada - porque todos vocês sabem que vos escrevo a partir de casa e eu não ando propriamente toda maquilhada e de saltos altos por aqui. Mas tento, porque acho que os posts assim o pedem. Hoje não tentei. Acabei de escrever um post sobre não saber o que escrever, só escrever pelo prazer de escrever, e por isso acho que a única coisa que realmente pode complementar este post da forma mais correta, sou eu no meu "estado atual".
Sem uma gotinha de maquilhagem, de fato de treino largo, com o casaco da mãe de há 30 anos - que não é a gabardine que falei ontem -, pantufas, e meia por cima das calças - que a minha casa é fria, está bem? Hoje estamos assim: sem grande inspiração, mas bem quentinha! Amanhã voltamos ao normal, está prometido.
Pouca inspiração é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.