Eu, as tecnologias e as costas
Não vejo o meu Rapaz faz quatro dias. Aliás, não vejo ninguém - que não sejam os meus pais, o meu irmão e as minhas avós - faz quatro dias. Estou cheia de dores no meio das costas e no pescoço porque realmente, esta postura em que as novas tecnologias nos obrigam a estar não são mesmo nada boas. O pior é que nem damos por elas, essas dissimuladas.
Descobri que gosto de trabalhar a ouvir música electrónica. Gosto muito de uma boa festa de música electrónica, no entanto, nunca dei por mim a ouvir esse tipo de música noutro contexto. Aliás, noutro contexto que não uma festa, música electrónica era algo que me aborrecia de ouvir assim muito tempo seguido. Nos últimos quatro dias descobri que é uma ótima maneira de me concentrar. Do fundo do meu coração, obrigada Spotify pelas tuas playlists pré-feitas.
Também descobri que o Word é um imbecil. É como uma loja do cidadão: ao início, se se for para lá cedo e aquilo ainda esteja meio vazio, corre tudo às mil maravilhas. Com o tempo, aquilo vai enchendo e começa todo o serviço a ficar mais lento. Até chegar àquele ponto em que ficamos preso no mesmo sítio durante um bom bocado. Depois vem a parte em que começamos a olhar para o relógio e o tempo passa e a mais para fazer e nada está a colaborar e a fila não anda e já estamos ali a rir - mas de nervos.
Depois se experimentarem meter imagens, esqueçam. Nestes últimos quatro dias estive a isto de enviar um e-mail indignadíssimo à Microsoft. De que serve ser-se tão rico, se depois aquilo que vendemos nem suporta umas imagenzitas? - que é como quem diz, umas trinta. Coisa pouca.
Não estou careca, por pouco. Principalmente à conta da porcaria das imagens. Parecia um filme em câmara lenta sempre que queria andar com o documento para cima ou para baixo. Como se não bastasse, tudo mexia. Eu arranjava as imagens, arranjava as caixa de texto com as legendas e... do nada, juro que era do nada, se pusesse alguma imagem um milímetro mais para cima ou mais para baixo, lá ficava tudo estragado. Eram legendas no meio do texto, eram imagens cortadas... uma trapalhada.
Este é o resumo dos meus últimos quatro dias. A única coisa que fiz para além de mexer no Word foi escrever aqui no blog e uns facetimes com o meu Rapaz, só para desanuviar um bocado e para me lembrar que há vida humana lá fora.
Foi difícil, mas está feito. Ao trabalho de final de curso, só falta o índice - e estou para ver a algazarra que vai ser para fazer isso, mas vá, não vamos agoirar. Daqui a duas semanas, vou estar a defender cada palavra que escrevi, por isso dizer que estou despachada do curso, é um bocado ilusório. No entanto, não posso não dar uma palmadinha nas costas e aproveitar o facto de, por agora, puder respirar de alívio.
Na esperança de ainda saber falar humanês, quando lerem este post vou estar estatelada no meio da areia com uma amiga enquanto meu Rapaz salva as crianças do mar. Adeus, relatório!
Relatório acabado é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.