Karma is a dor de garganta
A semana passada os meus pais foram passear a Coimbra. Decidiram ir passear, como fazem todos os anos, para festejar mais um aniversário da minha mãe. Confesso que me senti um bocadinho filha desnaturada por não lhe ter dedicado umas palavras especiais aqui no blog. Devia tê-lo feito, mesmo que ela só tivesse lido na segunda feira. Filhas desnaturadas à parte, ela e o meu pai tiveram um fim de semana muito bom a passear por uma cidade que nenhum deles conhecia bem.
No entanto, estava a ver que a coisa não estava fácil. Na semana que antecedeu o aniversário da minha mãe começaram os dois a ficar com aquilo a que se pode chamar "uma carraspana do caraças". O meu pai andava meio rouco, como fica quando o Benfica é campeão, e dizia que o que mais o incomodava era a garganta. A minha mãe, de um dia para outro, ficou toda entupida. Cheia de tosse, cheia de dores de garganta e de lenços de papel atrás.
No meu último post falei-vos do carnaval e de como é algo que se espera ansiosamente por estes lados. Obviamente que não gosto de estar doente em nenhum momento da minha vida, em nenhuma altura do ano. Ninguém gosta. Mas se pudesse escolher uma altura em que fosse PROIBÍDO adoecer, seria esta. Uma pessoa espera um ano inteiro, impede-se de ir aos assaltos ao carnaval porque quer é ir ao carnaval "oficial"... e depois não vai a nada porque adoeceu?? Até me arrepia só de pensar.
Posto isto, estão a ver o quanto andei a fugir dos meus pais durante a semana passada. Eles andavam aqui cheios de dores de garganta e eu andava simplesmente a tentar fintar os micróbios. Durante o fim de semana lá foram eles passear e quando voltaram estavam novos. Já não se ouvia tosse cá em casa, o meu pai já tinha a voz normal e a minha mãe já não precisava de andar com pacotes de lenços dentro dos bolsos. Eles respiraram de alívio e eu também. Estava, como se costuma dizer, "impek"!
Já passou quase uma semana desde que tudo isto aconteceu. Ontem não escrevi no blog porque tive um dia maravilhoso. Fui beber café com uma amiga - que também é a minha noiva preferida! - fomos fazer mais umas compras de carnaval e pusemos a conversa em dia. Tive ainda direito a miminhos do meu Rapaz ao fim do dia, coisa que nenhum de nós estava à espera. Cheguei a casa e tive boas conversas com os meus pais. Foi um bom dia, mesmo bom.
Como não saio muito durante a semana, quando aparecerem programas destes gosto de me arranjar um bocadinho mais. Acontece que, para mim, isso às vezes implica não usar roupas tão quentinhas. Ontem foi o caso, embora tenha usado o meu cachecol-manta. Mas também não estava assim tanto frio... pois não?
Não sei se fui eu que festejei demasiado cedo por ter achado que tinha fintado o bicho que os meus pais apanharam ou se ontem deveria ter dado mais importância aos arrepios que me dava sempre que saía do carro. A verdade é que hoje quando acordei a minha garganta parecia um cato - sequinho sequinho e a picar que se farta. Tentei respirar - ups, também não dá. Deitada, não passava um fiozinho de ar por nenhuma das minhas narinas. Em pé, começou um espetáculo tipo cataratas do Niagára.
Agora estou aqui assim, em modo casulo, enrolada em todas as mantas que tenho porque os arrepios não param. Já tomei uma coisa efervescente que me fez fazer as piores caretas do mundo e já estou a sonhar com leite quente com limão e mel. Entretanto descobri que há legionella no hospital de Torres Vedras, o que também vem ajudar à festa.
Não estou a falecer nem nada que se pareça, nem estou em assim tanto sofrimento. Mas porra, não me podia safar desta??
Constipação é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.