Fomos diretos do trabalho para lá, já tendo preparado a mala no dia anterior. Só ficamos mesmo uma noite, por isso nem foi preciso preparar tanta coisa assim. Durante a viagem - que correu muito bem, afinal não se demora assim tanto tempo a lá chegar - fui basicamente o caminho todo a fazer figas para que não chovesse. Imaginem-me a acordar a meio da noite, já meio perdida por não reconhecer o sitio logo à primeira, e ainda por cima ouvir ainda mais chuva do que já ouço no meu quarto. Era provavel que passasse o resto da noite acordada! 

Agora, vale a pena fazer uma pequena ressalva: fui acampar, mas calma. Não fui para uma tenda. Eu sei que para algumas pessoas este pequeno grande pormenor pode arruinar toda a experiência, e se calhar até têm razão. Digo que têm razão porque eu própria já acampei numa tenda e hoje sei que são duas experiências completamente diferentes. Ora, ficando numa roulotte como nós ficámos deste vez, dormi numa cama e não num colchão com dois milímetros de espessura que por acaso ficou assente numa pedra. Lá está: duas experiências totalmente diferentes. 

Acampei há alguns anos, quando o Super Bock Super Rock ainda acontecia no Meco e apesar de o ter feito dois anos seguidos, digamos que a experiência não foi a melhor. Lembro-me de acordar no primeiro dia e de ficar a pensar seriamente se ligava a alguém para me vir buscar. Não por andar ali toda nojentinha com tudo - porque acho que nisso até me portei muito bem! -, mas por causa da falta de descanso. Essa coisa de, às 8h da manhã ter um despertador chamado "sol infernal a torrar-me dentro da tenda" levou-me logo ao desespero.

A ideia de acampar numa roulotte foi a forma que arranjei de encontrar algo de que ambos gostássemos. O meu Rapaz é infinitas mil vezes mais aventureiro que eu, adormece em todo o lado e tem muito poucos problemas com muito pouca coisa. Eu sou um bocadinho mais esquesita e por isso achei que esta era uma forma de fazer algo relacionado com a natureza, mas não tanto "à escuteiro" (onde estive três dias da minha vida). 

Para quem não conhece a zona da Foz do Arelho, aconselho vivamente este Parque de Campismo. Apesar de ser de uma zona em que tenho outros parques de campismo bem mais perto de minha casa, este foi o melhor que alguma vez visitei. Tivemos sorte que não choveu, mas já lá estive no verão passado e foi bom (e surpreendente também) perceber que, mesmo durante a chamada "época alta", não temos que andar ali a pedir com lincença aos nossos vizinhos. 

A maioria das pessoas que lá estão (na zona das roulotes) são mais velhas, geralmente casais que vão para ali descansar. É um ambiente praticamente familiar que se consegue criar, literalmente, no meio de um pinhal. Foi bom ainda acordar e não ouvir absolutamente nada. Nem me lembro, sinceramente, de ouvir pássaros. Era só sossego, no mais real sentido da palavra. A melhor parte, ainda assim, foi ver o meu Rapaz tão contente com tudo. Acho que ele não pensou que eu teria uma ideia destas. Francamente, eu também não. 

A parte que me fez confusão? Essa coisa dos balneários, sobretudo à noite. Embora estivesse perto das casas de banho, confesso que não fiquei super contente por ter que sair "de casa", no meio do escuro do pinhal, para ir fazer o que tinha a fazer. Foi um bocado esquisito, sobretudo porque a única coisa de que me lembrava era do palhaço do IT a aparecer-me pelas costas com aquele sorriso arrepiante. Ainda assim, vamos com certeza lá voltar! 

Campismo já é (Sinónimo de) Carmezim.

Marta.