No entanto, também é verdade que me trouxe mais responsabilidade. Escrever no meu blog é uma coisa, escrever num site informativo é outra. Se eu aqui já levo as coisas a sério, mesmo sabendo que este é um espaço meu e que quando vocês cá vêm já sabem, mais ou menos, o que esperar... quando vão a um site como o Espalha-Factos procuram ser informados. Digamos que isso é uma coisa para a qual eu nunca "fui treinada". Apesar de ter tido as minhas cadeiras de comunicação, nas poucas vezes que tive que escrever artigos ou notícias, sabia que seriam lidas apenas pelo professor. Nessas aulas, e mesmo um pouco durante toda a licenciatura sempre disse que jamais seria capaz de seguir profissão na área da comunicação/jornalismo porque não iria saber lidar com a pressão de ter tanta gente a ler e a julgar o que escrevo. É verdade que não fiz disso vida profissional - mas já não digo nunca! -, mas acabei por tornar isso uma grande (mas mesmo grande!) parte da minha vida. 

Vou agora para o meu quarto mês enquanto redatora da secção de TV&Media do Espalha-Factos e apercebi-me que nunca mais falei aqui sobre isso. Festejei a boa notícia de ser parte desta equipa e pronto. Se calhar até nem vos interessa muito, mas hoje sinto vontade de partilhar isto com vocês porque me sinto realmente feliz e concretizada. Nestes três meses a escrever para o Espalha-Factos já senti que falhei algumas vezes. Ainda ontem, cliquei sem querer em "publicar" quando ainda estava a meio de escrever o artigo. Imaginem o meu pânico, logo o eu, que quero sempre fazer tudo direitinho. O artigo não tinha imagem, nem sequer título, e PUMBAS, lá ficou em direto. Mandei logo mensagem ao nosso boss, em pânico, a pedir por favor que tirasse aquilo de lá para que ninguém visse aquilo naquele estado. Antes sequer que ele me conseguisse responder à mensagem, percebi como fazer isso sozinha. O texto deve ter estado uns 20 segundo online antes de tempo. Mas valeu para o susto e para ficar toda envergonhada de ter ido incomodar o Pedro (o chefe!) sem grande motivo. 

Este é apenas um exemplo dos vários precauços que tenho encontrado enquanto redatora do EF. Já pensei que se calhar sou melhor a contar pequenas histórias, reais ou fictícias, aqui no blog ou nos meus mil e um documentos de Word. Quando leio as notícias escritas por colegas meus penso sempre "epá, como é que se lembraram deste título tão giro?", que eu tenho vindo a descobrir que a parte de escolher um título é mesmo complicada para mim. Contudo, pensamentos e dúvidas como esses desaparecem quando escrevo artigos dos quais fico mesmo orgulhosa. De todos os que já escrevi, há dois que me fazem particularmente feliz, com vontade de dar uma palmadinha nas costas. 

Ajuda-me muito gostar muito do tema. Já na faculdade me dizem que tenho que controlar um bocadinho essa tendência. Aprender a distanciar-me, para saber falar tão bem de coisas que adoro como de coisas que não me dizem absolutamente nada. Por coincidência ou não, estes dois textos falam precisamente de duas séries que adoro. Um, já escrito há algum tempo, sobre This Is Us; outro, escrito ontem e publicado hoje (por isso está fresquinho, fresquinho) sobre Riverdale. Curiosamente, estes foram também os dois artigos que mais tempo demorei a escrever. A sério, foi todo um processo para os conseguir pôr como eu, enquanto fã de ambas as séries, gostaria de os ler. 

Tem sido uma experiência fantástica e tenho aprendido muito. Continuo a falhar, mas acredito que isso faça parte, sobretudo porque ainda sou uma novata nesta coisa de informar os outros. Ainda não escrevo como gostaria, mas parece que já estou a ouvir a minha mãe "não queiras logo saber fazer tudo!". Pode ser que, com o tempo, até comece a conseguir lembrar-me de títulos decentes. De qualquer maneira, quis partilhar estes pensamentos (e estes artigos!) com vocês, porque hoje, quando vi o texto sobre Riverdale publicado não resisti a ficar um bocadinho vaidosa. 

Marta redatora é (Sinónimo de) Carmezim.

Marta.