Sem Spoilers #16 - Stranger Things 2
A dois dias de fazer uma semana da data de estreia da nova temporada de Stranger Things, vamos lá falar aqui também da epidemia em que se tornou esta série.
Quando a primeira temporada terminou, apesar de ter gostado muito da série, não foi daquelas despedidas que me deixou com o coração partido. Não foi uma série em que fui pensando, relembrado durante a sua ausência e foram muito poucas as vezes em que a falei sobre ela durante o interregno.
Esse tipo de reações aconteceram-me com Game Of Thrones, com Shameless, com This Is Us, American Horror Story e até com Anatomia de Grey - quando partilhava com alguém que estava a fazer figas para que a 14ª temporada fosse melhor que a 13ª. Das várias séries que comecei ou continuei a ver em 2016, essas foram aquelas que deixaram mais saudades no meu coração. No entanto, quando na semana passada abri a aplicação da Netflix e vi a contagem decrescente para a estreia de Stranger Things 2, confesso que fiquei com borboletas na barriga - ou algo mais esquisito, para entrar no espírito da série.
Por motivos de agenda - olhem para mim, tão ocupada! - só consegui dedicar a atenção devida a esta nova temporada durante o fim de semana. Foi o suficiente. Ontem ainda gostava de ter tido mais um ou dois episódios para ver para começar melhor a semana, mas no domingo não me consegui mesmo controlar. Mas já lá vamos.
Apesar de eu ter passado cerca de um ano a achar que não tinha assim tantas saudades daquela série, assim que voltei a ver aqueles miúdos no ecrã percebi que se calhar não era bem assim. Se calhar tinha mesmo saudades daqueles quatro, que por momentos achei que fossem só três, mas depois ficam realmente quatro para no final serem cinco - e tudo em nove episódios! Um ponto espetacular em que reparei nesta temporada: ainda bem que não demoraram demasiado tempo entre temporadas, em termos de gravações, porque assim os miúdos continuaram miúdos.
Há várias séries por aí em que as boas personagens mais novas dão um salto de crescimento enorme de uma temporada para a outra e na história dizem que só passaram três meses. Em Stranger Things 2 os miúdos estavam ligeiramente mais crescidos, o que acabou por coincidir muito bem com a trama desta segunda temporada, que se passava 300 e tal dias depois do final da primeira.
Aqueles miúdos fazem-me lembrar uma versão cool do grupo d'Uma Aventura, que eu via todos os fins de semana quando era pequena. Enquanto atores, estão cada vez melhores e isso faz com que o elenco, de uma forma geral, esteja a ganhar cada vez mais força. Estamos sempre, em todos os episódios, em constante tensão - e isso só é possível graças ao desempenho de miúdos e graúdos. É uma canseira ver aquela série, mas é quase impossível de parar.
Ainda por cima, para quem vê na Netflix, sabe daquele quadradinho que aparece no final dos episódios a dizer "novo episódio em 3,2,1..." e se não carregamos no "exit" rapidamente, está tudo perdido. Em todos os episódios é deixada uma pontinha levantada para o episódio seguinte e, para mal dos nossos pecados, essa pontinha é sempre surpreendente. Ficamos sempre parvos, sobretudo quando é o miúdo mais fofinho de todos - o Dustin! - a descobrir a pólvora com os seus livros sobre jogos.
Uma novidade: chorei. É verdade! Duvido sinceramente que tenha havido mais alguém a chorar a ver esta série. Até eu fiquei supreendida comigo, apesar de saber que sou a lágrima mais fácil do mundo. O meu choro clássico é atualmente em This Is Us, que nada tem a ver com Stranger Things. No entanto meus caros, aqueles dois últimos episódios... nem há palavras para o desempenho daqueles miúdos. Até nos faz pensar como é que miúdos tão novos sabem tão bem demonstrar emoções tão intensas. Os dois últimos episódios passei-os entre pequenas lágrimas de emoção e um sorriso derretido na cara. Pode parecer contraditório com tudo o que se diz e sabe sobre a série, mas acreditem que sabe muito bem depois de termos passado quase oito horas seguidas em tensão e medo constantes.
A única coisa que continua a ser dificil para mim em Stanger Things é não perceber bem aquele outro universo. Para uma pessoa que, como eu, nunca se interessou assim tanto por ficção científica - sempre fui mais adepta da fantasia - as "regras" daquele outro universo podem ser um bocadinho difícil de compreender. Acho que se calhar até vou ver as duas temporadas de novo, só para ver se compreendo melhor essa parte. Deduzo que ali tudo seja possível, tal como é possível num mundo de magia, mas às vezes gostava de ter uma ideia do que poderia acontecer a seguir. Ponto positivo desse aspeto: passei nove episódios surpreendida. Parva, até.
Se não gostam de ficção científica, seres esquisitos e muito viscosos, não aconselho. Se não gostam de nada disso, mas conseguem abstrair-se de tudo isso porque gostam de ver bons atores trabalhar, aconselho vivamente. Se gostam de ficção cietífica e de bons atores, não aconselho porque certamente já viram esta série. Desta vez fiquei com saudades de Stranger Things. O que vale é que nos deixaram com uma pista para a terceira volta. Até para o ano, miúdos!
Boas séries são (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.