Sem Spoilers #6 - Bela e o Monstro
Desde que começaram a sair as primeiras imagens promocionais do remake de "Bela e o Monstro" que fiquei num misto de histérica e nervosa. Tal como o realizador diz numa entrevista que está farta de passar nos telejornais desde quinta-feira - o dia de estreia em Portugal - "a versão animada é perfeita. Por isso, para quê voltar a fazer algo que é perfeito?". Este era o meu principal medo mas era também o aspeto que me deixava mais curiosa em relação a esta nova versão de um dos clássicos da minha infância.
Quando vi primeira imagem da Emma Watson, com o vestidinho azul e com um livro debaixo do braço foi a gota de água. Eles iam ser fiéis ao original. Não podia pedir mais nada! Este sempre fora o meu filme de animação preferido, curiosamente, ganhou um significado muito especial na minha relação com o meu Rapaz e claro, não poderia ver este filme com mais ninguém.
Quando lá chegámos... sala esgotada. "COMO ASSIM ESGOTADA?!?!" Fomos a um centro comercial aqui dos nossos lados, que não tem por hábito estar assim tão cheio quanto isso.... e a sessão está esgotada??? O meu coração estava prestes a partir-se em mil bocados quando.... chega a gerente, mexe no computador do rapaz que nos atendia e ele diz "acabaram de ficar dois lugares livres!" - ia chorando de alegria.
Estava nervosa de verdade. Imaginava a cena do jantar, a dança no salão de baile, a biblioteca, a música do Gaston.... estava mesmo com medo de ficar desiludida.
Quando o filme começa logo com aquele piano lindíssimo, tal e qual o original, fui logo transportada para o tapete da minha sala onde via o Lumière e o Relógio sempre cheia de atenção.
O filme está absolutamente maravilhoso. Os cenários e os guarda-roupas são uma réplica fantástica da versão animada e o casting foi muito bem conseguido - sobretudo no caso do Gaston e do LeFou. Por falar neste, que tanta polémica causou: é, sem dúvida, das melhores personagens do filme. Com muito mais protagonismo do que no original, LeFou é uma personagem com graça que completa a personalidade de Gaston na perfeição. A questão da sua homossexualidade está brilhantemente tratada, com pequenas subtilezas que vão dando essa carga simbólica à personagem. Não percebi o histerismo à volta deste tema.
As cenas músicais foram um alívio. Os efeitos de cores e de luz estão maravilhosos, e acho que passei cada momento musical com um sorriso nos lábios. Os temas que foram feitos especialmente para esta versão do filme completam as cenas muito bem e muitos desses momentos são especialmente tocantes. Outro extra desta versão é a explicação do que aconteceu à mãe da Bela. Na versão animada, esta é uma questão na qual eu nunca pensei, mas num contexto de live action faz todo o sentido e não retira qualquer valor à narrativa principal. Foi mais uma cena tocante, que serviu para intensificar ainda mais o laço entre a Bela e o monstro.
Na segunda parte do filme, acho que as lágrimas nunca abandonaram os meus olhos. No final então, acho até que solucei - epá, compreendam, eu amo mesmo este filme do fundo do coração. Com mais um extra ou dois na parte final - não digo mais nada, não fosse isto chamado "sem spoilers" -, daqueles que vão mesmo diretos ao coração, com um argumento lindíssimo, é de partir qualquer coração fã da Disney.
Quando o filme terminou, estava de coração cheio. Foi um trabalho maravilhoso, que alcança as expectativas que foi criando ao longo dos últimos meses nos fãs do filme e de cinema em geral. O meu Rapaz também adorou, por isso vejam lá! No final, perguntou-me se eu ia dar 10/10 a este filme aqui no blog. Não, não vou, porque sempre adorei o dramatismo do punhal com o que Gaston magoa o monstro... e mais não digo, porque eu não dou spoilers.
9.8/10
Cinema é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.
