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(Sinónimo de) Carmezim

(Sinónimo de) Carmezim

26
Jun17

Sobre os amores de todos os tamanhos

Hoje acordei para lá de cedo para ir tratar de todas as burocracias chatas para me puder inscrever no tal exame. Mesmo tendo chegado antes da abertura dos serviços académicos, já estavam algumas pessoas na fila. Assim que a máquina das senhas se ligou, essas mesmas pessoas pareciam ter virado animais. Atropelaram-se para lutar pelo número três ou quatro. Alguns discutiram durante os dez minutos seguintes, acusando-se mutuamente de não ter chegado primeiro, de ter saído da fila para ir ao multibanco, entre outros argumentos igualmente parvos. Vi tudo a uma distância de segurança e admirei aquelas pessoas por terem força para se chatear tanto, tão cedo. Depois tive pena delas. 

 

Despachei tudo e cheguei a casa cansada. Tinha escrito no planner que hoje vos escreveria sobre uma série que terminei e que gostei imenso, que por acaso trata assuntos muito pertinentes. Decidi que ia escrever depois de almoço, para aproveitar a manhã para não fazer nada. Quiçá até dormir uma sesta rápida. Como podem ver, nada disso aconteceu. E não aconteceu porque me cruzei com a entrevista da Andreia Rodrigues no Alta Definição.

 

 

A Andreia Rodrigues nunca me disse grande coisa. Não a achava especialmente bonita, achava que - tal como todas as suas colegas - era pouco espontânea e demasiado ensaiada durante os episódios do Fama Show e lembro-me de até ter ficado com alguma vergonha alheia quando ouvi falar de certas gaffes que ela deu em direto no Grande Tarde. Quando soube que namorava com o Daniel Oliveira achei que seria um casal completamente improvável. Sou fã do Alta Definição desde o primeiro episódio, acho-o um profissional incrível, daquelas com quem dá vontade de combinar um café para se estar horas à conversa. Ela, por outro lado, achava que não era possível manter-se dois minutos de conversa. 

 

Acabei agora de ver a entrevista e sinto quase tanta pena de mim e da forma como fiz juízos de valor como tive das pessoas que hoje, às 9 da manhã, começaram a discutir nos serviços académicos. Obviamente que ainda tenho os olhos a arder por causa das vezes incontáveis em que me emocionei ao longo dos quase 35 minutos de conversa. Talvez tenha sido a primeira vez que vi a Andreia Rodrigues sem um guião e só tive pena dela não fazer isto mais vezes. Até a achei mais bonita e tudo. 

 

A entrevista foi, inevitavelmente, sobre o amor. Sobre o nosso amor por nós e pelos outros; foi sobre o amor que conforta e nos dá calor, sobre amor daqueles que já não estão e sobre o amor que magoa e nos faz chorar. Em certos momentos até me senti arrepiar quando ouvi a maturidade, por vezes a frieza mas acima de tudo a esperança com que ela falou de cada um destes tipos de amor. Revi-me em muita coisa, sobretudo nessa quase inocência de menina pequena que a faz querer ser uma princesa quando crescer e ter um príncipe que a acompanhe. Revi-me nas suas palavras quando a ouvi dizer que, encontrando aquilo que precisa - esse amor que não exige, que não castiga, que não grita aos nossos ouvidos -, não precisa de muito mais para ser feliz. Noutros momentos dei graças a Deus por não me revêr nas situações tão difíceis que contou. 

 

Ouvindo-a falar lembrei-me muitas vezes de vários momentos do Daniel Oliveira, noutras entrevistas. A desenvoltura no discurso, o total à vontade em falar do bom e do mau, dos sentimentos e naquilo que nos vai na alma. Em várias ocasiões da entrevista ela, olhando-o nos olhos, falou do seu "grande amor" e do "amor da vida". Falou do "querer envelhecer junto" e falou de ter filhos. Nunca disse o nome dele, mas era dele que ela falava... e ele sabia. Nem pestanejou. Não houve constrangimento: nem ela, quando o disse; nem ele, quando ouviu. Provavelmente porque o dizem todos os dias. Ou então apenas porque é a verdade... e afinal, para quê nos constrangirmos com a verdade, quando a verdade é tão bonita?

 

Percebi que afinal, contra tudo o que as suas personas televisivas mostram, eles são realmente duas partes do mesmo todo. Ainda brincaram com a dislexia dela - razão das suas gaffes em direto e, para mal dos meus pecados, sabendo a justificação acabei por me identificar muito sobretudo por causa das que eu dou aqui no blog - e ainda com a filha de ambos: a Roma. E sim, até quando ela falou no amor que aprendeu depois de adotar um animal de estimação, eu chorei. Chorei porque para além de bonito, ela aprendeu um novo amor com a Roma porque a partilha com o seu grande amor. É, provavelmente, o primeiro ser que vive e se alimenta do amor deles. 

 

Não falaram tanto quanto eu gostaria do casamento. Com muita pena minha não revelaram quaisquer pormenores do dia, mas depois lembrei-me que isso não seria possível porque estavam ali, à conversa, o noivo e a noiva. Como já se deve ter apercebido, foi uma entrevista que me inspirou. Não só para o post de hoje, mas também para me lembrar todos os dias de acreditar no amor, independentemente da forma como este se manifesta. 

 

 love amor i love you peanuts hearts GIF

 

Entretanto, já vi a foto oficial do casamento e estavam tão lindos como noivos, como marido e mulher, como estiveram como entrevistado e entrevistador, como amigos. Que um dia tenhamos uma cadelinha para amar e um fotografia tão bonita quanto aquela, Rapaz. 

 

Amor é (Sinónimo de) Carmezim.

Marta.

 

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Sinonimo de Carmezim

Sou a Marta e gosto de escrever umas coisas de vez em quando.

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