Tão bom que é acordar no meio do campo, com tudo verdinho. Tão bom que é conseguir ouvir o pica-pau residente perto de minha casa a martelar um poste de madeira lá ao lado. Que bom que é ouvir passarinhos e respirar o ar puro depois de um dia inteiro no meio da poluição da cidade. Acreditem, é mesmo bom. Mas viver no campo também é propício a encontros muito (mas mesmo muito) indesejados.
Já muitas vezes me auto caracterizei aqui como sendo uma pessoa que, em certas coisas desta vida, pode ser de extremos. Tudo é muito muito - embora menos do que era antes. Há momentos em que consigo levar as coisas com calma, respirar fundo e deixar-me ir com a onda. Há vezes até em que vejo algo e digo apenas "uau, muito bom mesmo!", sem entusiasmos excessivos capazes de causar surdez na pessoa do lado. Não é por gostar menos do que, sei lá, o Titanic, por exemplo - é mesmo porque, naquela altura, consegui olhar para algo com o distanciamento com que as pessoas normais olham para as coisas.
Há vezes, portanto, em que consigo pôr o lado mais racional do meu cérebro a trabalhar. Noutras, nem por isso. No que toca aos animais e outros obstáculos com que me vou cruzando no meu caminho para casa, já sabem - são sempre posts que vocês adoram que eu partilhe - que o lado emocional fala mais alto. Na maior parte das vezes acho que o facto de ser uma pessoa extremamente sensível e emocional é uma das minhas maiores qualidades. Nestes casos, especialmente se houver um autocarro à mistura, o ser sensível, emocional e consequentemente não-assim-tanto-racional pode prejudicar a sério. Eu disse a semana passada que vos contaria esta história e aqui está ela.
O POST QUE SE SEGUE CONTÉM SPOILERS DO ÚLTIMO EPISÓDIO DA TEMPORADA 7 DE GAME OF THRONES
Vamos lá então tentar fazer isto. Entenda-se "isto" como escrever este post porque vários são os motivos pelos quais, especialmente hoje, não me sinto em condições de ter um discurso coerente e sobretudo calmo. Na verdade, os motivos nem são assim tantos, ora vejamos: esta semana temos TRÊS surpresas relacionadas com o blog - uma para hoje, outra para amanhã e outra para quinta feira. Todas elas me deixam nervosa para saber como vão correr e sobretudo, qual será o vosso feedback. Não se preocupem que vão ser avisados de tudo com a necessária antecedência.
Depois disso, logo na sexta-feira, faço anos. Não é que isso me deixe propriamente nervosa, é mais ansiosa por que esse dia chegue. Sou tipo miúda pequena em relação aos meus anos, como podem ver. No entanto, o que realmente me deixou abananada já desde ontem foram duas coisas muito específicas: o último episódio de Game Of Thrones - deste já estavam à espera - e aquele canídeo que mora na minha rua e que vocês também já conhecem. Digamos que as últimas doze horas têm sido repletas de palpitações à conta de duas coisas tão diferentes. A menos que comparemos o canídeo a um white walker que me persegue.
Hoje acordei para lá de cedo para ir tratar de todas as burocracias chatas para me puder inscrever no tal exame. Mesmo tendo chegado antes da abertura dos serviços académicos, já estavam algumas pessoas na fila. Assim que a máquina das senhas se ligou, essas mesmas pessoas pareciam ter virado animais. Atropelaram-se para lutar pelo número três ou quatro. Alguns discutiram durante os dez minutos seguintes, acusando-se mutuamente de não ter chegado primeiro, de ter saído da fila para ir ao multibanco, entre outros argumentos igualmente parvos. Vi tudo a uma distância de segurança e admirei aquelas pessoas por terem força para se chatear tanto, tão cedo. Depois tive pena delas.
Despachei tudo e cheguei a casa cansada. Tinha escrito no planner que hoje vos escreveria sobre uma série que terminei e que gostei imenso, que por acaso trata assuntos muito pertinentes. Decidi que ia escrever depois de almoço, para aproveitar a manhã para não fazer nada. Quiçá até dormir uma sesta rápida. Como podem ver, nada disso aconteceu. E não aconteceu porque me cruzei com a entrevista da Andreia Rodrigues no Alta Definição.
Tal como tinha prometido a mim mesma tenho continuado a treinar sempre que tenho um bocadinho de tempo. Aquele canal que vos aconselhei - o PopSugarFit - é realmente muito bom. Temos treinos para todos os gostos. Podemos fazer cardio, localizada, yoga, pilates e até esquemas de dança. Toda esta variedade de modalidades é ainda melhorada pela variedadade das durações dos treinos. Há treinos de cinco minutos até uma hora.
Por essa razão, é difícil arranjar desculpas para não treinar. Cinco minutos do dia toda a gente tem, e há uns dias eu arranjei vinte para fazer um treino novo.
Adoro treinar no meu quarto, sobretudo desde que pus um espelho maior na minha parede. Tenho também as colunas que, quando ligo lá o computador, ainda ajudam mais a dar aquela "pica" que às vezes necessitamos para conseguir concluir um treino - especialmente depois de três meses parados!
Há uma coisa de que tenho muita pena: ter passado grande parte da minha infância com medo de cães. Não sei porquê, nunca apanhei nenhum susto com animal algum - mais depressa apanhei com aquele lagarto que vos falei há uns posts atrás. Não sei porquê, mas tinha pânico. A minha avó sempre teve cães, sempre me lembro de os ver, mas estavam a uma distância segura e por isso sabia lidar com o medo.
No entanto, os meus pais sempre acharam este meu medo completamente irracional que ainda por cima, para uma miúda, acabava por ser muito chato. Se brincava num parque, se passeava na rua, na praia... e aparecesse um cão fofinho, eu via um godzilla. Para ver se isto passava os meus pais ofereceram-me a minha primeira cadelinha, a Tucha.