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(Sinónimo de) Carmezim

(Sinónimo de) Carmezim

30
Abr18

Memórias saborosas

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Este fim de semana aconteceu uma coisa engraçada. Na realidade, aconteceram várias, mas esta foi especialmente deliciosa - literalmente. Já não é novidade para ninguém que sou daquelas pessoas que não tem "medo" nenhum de surpresas. Isto, porque parto do principio de que quem me quer surpreender até simpatiza comigo e por isso, as coisas hão-de correr bem. Quem já sabe disto de cor e salteado é o meu Rapaz, que me surpreendeu este fim de semana.

 

 

21
Fev18

Sonhos em 4D

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Este é o cenário em que me deito todas as noites. Demorou bastante tempo a chegar a este ponto porque eu e este quarto já passámos por várias fases. Originalmente, este quarto nem sequer era meu, mas sim do meu irmão mais velho. Eu era pequena e achava este espaço o máximo. Ele tinha secretária, tinha computador, tinha colunas em que ouvia The Cramberries aos altos berros, tinha cama de casal, uma casa de banho só para ele, uma televisão e - a minha parte preferida! - um sofá! Adorava ir para o fundo das escadas, à porta do quarto e ficar lá em baixo a ouvi-lo a ele e aos colegas que ele trazia e que ficavam naquele covil uma tarde inteira. 

 

 

 

06
Nov17

E quando pensamos em desistir?

É verdade, isso aconteceu. É tão verdade quanto aquela coisa do "nunca digas nunca", que também é uma parte importante de toda esta história. Quando eu era pequena fui daquelas crianças que começou a falar muito cedo. Se ver uma pessoa de estatura pequena a falar é sempre engraçado e às vezes surpreendente, muito mais engraçado se tornava quando eu começava a tentar falar como os adultos. 

 

Só para verem, até me lembro de uma vez ter perguntado à minha mãe se podia usar a palavra "felizmente" ou se se iam rir de mim porque era "palavra de adulto"! - mas não é dessa vez que vos quero falar. Quero-vos falar duma ocasião em que estava a almoçar cá em casa, à mesa, com os meus pais e o meu irmão. Lembro-me de vermos uma notícia que falava dos chumbos no ensino superior e lembro-me de ter dito que não compreendia como aquilo seria possível. O meu irmão respondeu-me logo que claro que aquilo era possível porque a faculdade é muito difícil e aí eu expliquei-me melhor: "pode ser mais difícil, mas a faculdade não é obrigatória. Se só vai para lá quem quer, não deveriam haver tantos chumbos." 

 

 

18
Mar17

Baby Carmezim, uma miúda engraçada #2

Já passou mais de um mês desde que fiz o primeiro - e último post - deste género. Não sei bem porquê, até porque foi dos posts que mais gozo me deu fazer e sobre o qual recebi várias mensagens muito bonitas de pessoas que gostaram de o ler. 

 

Antes sentia uma dificuldade enorme em arranjar um tema para escrever. Com este blog, o meu problema é ter temas a mais. Vejo várias coisas no meu dia a dia sobre as quais penso "isto daria um post mesmo engraçado", mas - feliz ou infelizmente, depende do ponto de vista - falta-me o tempo para conseguir escrever aqui todos os dias como gostava. Estou até a ponderar pôr mais do que um texto por dia, porque realmente, sinto que tenho que aproveitar ao máximo as oportunidades em que posso cá vir e falar um pouco convosco. 

 

Bem, e entretanto já me perdi. Hoje trago-vos mais uns pedacinhos da Baby Carmezim, porque os registos de histórias fantásticas desta pequena estrela continuam aqui, à espera de serem publicados. 

 

 

10
Fev17

Baby Carmezim, uma miúda engraçada #1

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Há uns dias mencionei como todos cá em casa temos pena de eu não ter nascido numa altura em que já toda a gente tinha internet, ou mesmo um computador. Hoje em dia sou a maior fã de famílias online, quer seja por aqui nos blogs ou mesmo no YouTube. Ver os miúdos a crescer, ter a sensação que também os acompanhamos e assistir às suas malandrices, são das coisas que hoje em dia mais gosto de fazer. Experimentem a ver um vídeo desses depois de um dia mesmo chato.

 

Eu também era engraçada. Quando era pequenina, sempre quis ser crescida o mais rápido possível. Queria cozinhar como a minha mãe, queria namorar como o meu irmão, queria ter a minha casa como a minha avó, queria ter uma uma oficina como o meu avô, queria ter um carro como o meu pai e queria andar na escola dos crescidos como a minha prima Cathy - até o nome dela eu queria ter, achava tão giro! Por todas estas razões, lembro-me de ser extremamente atenta a tudo o que eles faziam e diziam. A parte engraçada, era quando tentava reproduzir. 

 

Isto bem pensado, dava um grande canal de YouTube, tenho para mim. Mesmo não tendo isso acontecido, a minha mãe não deixou que essas tolices minhas caíssem no esquecimento e escreveu-as todas. Em papel, à mão, tenho grande parte de pequenos pormenores que deram origem à pessoa que sou hoje, e adoro ler cada linha. Nada está romantizado, muitas vezes até são apenas listas de pontos com as coisas que fiz ou disse nesse dia, mas não perde a piada nem fofura por isso. 

Mesmo que seja com vinte e um anos de atraso, quis aproveitar este meu cantinho para partilhar algumas das coisas que a minha mãe certamente escreveria no cantinho dela, caso o tivesse tido. 

"Três de Julho de 1997 - ano e meio:

 

A Marta levantou-se de manhã e pensou que não estava ninguém em casa. O Tiago (o meu irmão mais velho) estava a dormir. Quando a minha mãe (a avó Rosalina) foi lá a casa, a televisão estava ligada e a Marta andava de tricíclo pela casa. No sofá estavam o meu roupão e a colcha da caminha dela.

 

Ontem fomos à Feira de S. Pedro. Enquanto passeavamos, a Marta - toda empertigada - ia à frente e dizia: 

- A Marta está a ver!

Fazia barulho com a garganta para depois dizer:

- Desculpe, com chenxa! - que é como quem tenta pedir um "com licença" muito adulto. 

 

Pelo caminho de volta para casa, no carro, veio a cantar o coro inteiro da Marcha da Azueira - marcha em que a minha mãe cantava e o meu pai marchava, na localidade em que sempre vivemos. 

Quando chegámos a casa, a Marta foi logo brincar, fingindo que estava a fazer comida para as bonecas. Cortava pedacinhos de folhas das flores que ia apanhar à rua, punha num tachinho e fingia que punha o fogão a aquecer.

Vinte e seis de Setembro de 97 - dois anos:

 

Quando chega a noite, a Marta vai para o meu quarto, abre a gaveta que tem os meus lenços de pôr ao pescoço e começa a colocá-los. Quando encontra um de que gosta mais, olha para mim e diz:

- A Marta bonita!

 

Quando lhe chamamos de "Barriguda" ela empertiga-se e diz:

- Não chama barriguda!

- Então como te chamas?

- Marta!

- Marta quê?

- Marta Zim Çalves!

 

Ainda não faz xixi no bacio. Quando tem vontade, corre para o primeiro cantinho que encontra, agacha-se e ali fica a fazer o que tem que ser feito. 

Reconhece todos os programas e anúncios da televisão e sabe distinguir os logotipos de cada canal. Adora ervilhas, grão, maionese e feijão-verde. Prefere o peixe à carne. 

 

Tem pavor da maca para onde tem que subir para se despir, quando vamos ao pediatra. Começa a gritar:

- A Marta tem medo da cama!!!

 

Quando quer pedir alguma coisa, faz carinha de anjinho e diz:

- Óh mãe, deixa a Martinhaaaa....."

 

Bem-vinda à blogosfera, Mãe! Hoje o meu cantinho foi todo teu!

 

Ser espirituosa é (Sinónimo de) Carmezim.

Marta.

03
Fev17

Rio, rio, rio... Rio p'rá não chorá

Hoje o meu dia foi daqueles dias a meio gás - literalmente, que o meu esquentador desligou-se duas vezes enquanto tentava tomar um banho que me deixasse mais acordada. 

 

Tudo fazia prevêr que o dia não fosse grande coisa: uma noite mal dormida, o dia inteiro de pijama, lidar com a incompetência dos serviços académicos da universidade, a promessa de que às 19 horas ia ao ginásio - promessa essa, totalmente falhada -, a net que encravava a minha tentativa tosca de deixar de ser a única pessoa do mundo que ainda não viu "A Rapariga no Comboio" e finalmente esse banho - também ele falhado - entre a água quente e gelada. 

 

Assim foi passado o meu dia. Fantástico para quem quer começar a escrever sobre coisas interessantes, certo? 

No entanto - e muito sinceramente, em busca de arrebitar para que a inspiração não me faltasse - decidi ouvir música brasileira enquanto tentava tomar o meu duche. Ora, outro aspeto importante sobre mim que me esqueci de mencionar na minha apresentação de ontem é que moro numa pequena terra nos arredores de Torres Vedras. Provavelmente já ouviram este nome, se calhar nos telejornais, uma vez por ano, graças ao nosso carnaval. Sim, faço parte desse grupo de malta tresloucada que prefere ter menos 5 dias de férias no verão para os poder usar na última semana de fevereiro. Desde a passagem de ano que tudo o que o torriense pensa já no carnaval, e portanto, escusado será dizer que a minha playlist carnavalesca há muito que toca nos meus fones - e, sejamos sinceros, em tudo o que é sítio cá em casa. 

 

A música sempre foi uma parte muito importante da minha vida. Os meus vídeos a cantar sem saber falar são das coisas mais deliciosas que podem ver na vida. Acreditem, são imensas as vezes que lamento que os meus pais não tenham vivido numa altura em que o YouTube fosse algo, porque caso tivessem vivido, um patrocínio da Chicco tinha-lhes certamente batido à porta - modéstia à parte. 

 

Hoje, quase 21 anos depois dessas gravações, o meu dia a meio gás voltou a lembrar-me de como, às vezes, só precisamos de ouvir a música certa. Aqui pelos lados do mundo digital vemos muito a expressão "music on, world off" mas às vezes, a magia não está propriamente aí. A magia está antes quando ouvir a música certa nos faz acordar e olhar à volta, dando-nos energia para o dia que ainda resta. 

 

Hoje, aquele banho tinha tudo para correr mal. Aquele esquentador a meio gás tinha tudo para me deixar ainda mais aborrecida com o meu dia a meio gás. Mas não. Enquanto esperava que os problemas técnicos se resolvessem, sambei para não congelar. E uma coisa vos digo: a Carmen Miranda iria roer-se de inveja se visse o meu turbante de espuma. 

 

Carnaval é (Sinónimo de) Carmezim

Marta.

Sinonimo de Carmezim

Sou a Marta e gosto de escrever umas coisas de vez em quando.

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