Estes últimos dois dias não têm sido fáceis. Desde sexta feira, vá, que esta batalha começou. A batalha de me desviar das notícias sobre a vinda dos U2 a Portugal. E, ao mesmo tempo, a de querer abrir todos os artigos que falam do concerto que aconteceu ontem à noite e do que vai acontecer hoje. Hoje, ainda é pior do que ver e ler tudo sobre este tema, porque como é dia de trabalho, tenho que me cruzar com famílias inteiras de t-shirts da banda vestidas nos transportes públicos. É uma tristeza que me assola.
Não gosto de falar de coisas de que não gosto. Para começar, não gosto de lhes dar atenção e muito menos gosto de as arrastar aqui para o blog e "perder tempo" a falar de algo que me deixa aborrecida. Contudo, já quebrei essa regra aqui algumas vezes ao longo deste ano e meio de blog. Às vezes é inevitável não falar de algo que achamos completamente estapafúrdio. Às vezes é difícil ignorar a comichão que determinado assunto, pessoa, moda, opinião ou situação nos provoca. Hoje, esperando como sempre não ferir susceptilidades, é uma dessas vezes.
"Então Marta, dois dias seguidos com o mesmo tema?", perguntam vocês. Mais ou menos, meus caros. Não se deixem enganar pela referência ao Mundial de futebol no título do post de hoje e de ontem, porque apesar de terem o mesmo pano de fundo, não têm nada a ver um com o outro. Ontem senti necessidade de falar convosco sobre um tema de que não percebo nada: o futebol propriamente dito. Hoje, quero falar de algo de que já percebo qualquer coisa (no sentido de quem é fã e gosta muito, não no sentido técnico): de música.
Tal como já estão fartos de saber, faz hoje uma semana que fui ao NOS ALIVE ser feliz. Essa missão foi muito bem sucedida: fui, realmente, muito muito feliz no passado dia 6 de julho. O Alive - sobretudo o Optimus, e nem tanto o NOS - tem um lugar muito especial no meu coração, há já muito tempo. Apesar de não ter sido o primeiro festival a que fui - esse foi o clássico Rock In Rio, em 2006 - este foi o segundo, logo em 2009. Já lá vão quase dez anos e eu era uma autêntica criança. Quando me agarrei à grade depois de quase um quilómetro a correr para lá chegar - a sério, é mesmo cerca de um quilótro -, lembro-me de ter aquela sensação de vertigem quando olhei para cima e vi a dimensão daquele palco que, para uma criança, até assustava.
Foi ali em Algés que vi alguns dos concertos mais inesquecíveis da minha vida e que me marcaram profundamente: no topo da lista, sem dúvida nenhuma, Coldplay e Radiohead. São muitos mais aqueles que na altura me fizeram gritar e chorar que nem uma bebé e que guardo no meu coração com todo o amor, anos depois - mas esses dois, foram qualquer coisa de extraordinário. Jamais esquecerei aqueles momentos em que o público parecia ser um só a cantar The Scientist. Foi também arrepiante quando toda a gente, de olhos postos no palco - e alguns, com lágrimas - cantavam Stay With Me, de Sam Smith, com tudo o que tinham.
Pode parecer, mas este não é o meu post sobre o NOS ALIVE. Ainda não tenho bem a certeza, mas acho que a saga NOS ALIVE vai durar alguns posts. Vi tanta coisa que me fez pensar sobre ainda mais coisas que nem sequer faria sentido não partilhar as minhas opiniões com vocês aqui. É para isso que o blog serve, certo?
Este post não é sobre o NOS ALIVE enquanto festival. É sobre o momento específico que foi ver um dos meus artistas preferidos pela primeira, algo que estava no TOP3 dos concertos que mais queria ver nos próximos anos: o meu querido Abel, mais conhecido como The Weeknd. Contra todas as minhas expectativas, consegui vê-lo este ano, bem perto de casa - poderia ter ido outra vez parar ao Porto - e dois dias depois acho que já consigo verbalizar algumas palavras sobre o que se passou na noite de 6 de julho, no Passeio Marítimo de Algés.
Não sei se vocês sentiram o mesmo, mas eu achei que fiz o passatempo mais rápido da história da blogosfera e das redes sociais. Isto passou a correr e digo-vos, até sonhei com isto. Juro-vos que estou mesmo feliz de poder ter tido a oportunidade de vos retribuir com algo que tem tanto a ver comigo e de que tanta gente gosta.
Durante as últimas 24 horas senti aquilo que os americanos - mas mais as Kardashians - gostam de chamar de overwhelmed. Em alguns momentos cheguei mesmo a ficar nervosa porque achei que estava a fazer algo de errado, ou pouco eficaz para quem estivesse a participar no passatempo. De qualquer maneira, foi a primeira vez que fiz algo do género - aliás, nunca teria pensado que teria a oportunidade de o fazer tão cedo - e portanto, deduzo que esses "erros" sejam normais.