Enganam-se aqueles que acham que o post que estão prestes a ler não vai falar, literalmente, das pulgas de um cão de alguém. Vai mesmo. Esse é o tema real e central desta história, não é nenhum eufemismo nem nenhuma metáfora - até porque se fosse, não era lá muito bonita de se ler. Quem é essa ela, dona do cão, perguntam vocês? Eu também não sei. E é precisamente por não saber quem é, mas saber que o cão tem pulgas, que quero desabafar convosco aqui no blog.
O título pode parecer confuso, mas acreditem que tudo isto tem uma razão de ser. A pergunta que podem ler no título deste post foi uma questão que levantei a mim própria ontem à noite e que ainda não me saiu da cabeça desde então. Tenho estado a refletir sobre isto e sobre o que eu ando aqui a fazer, especialmente aqui no blog - eu sei, ando muito pensativa, realmente. E depois são vocês que me aturam. Adiante.
A semana passada falei-vos aqui sobre um dos meus programas preferidos atualmente, que ainda por cima é produto nacional - Fugiram de Casa de Seus Pais. O programa de Bruno Nogueira e Miguel Esteves Cardoso é uma das minhas formas preferidas de passar aqueles 40 minutinhos à terça à noite. Como tal, ontem foi dia de assistir a mais uns minutos de conversa entre estes dois senhores que eu tanto gosto. E foi basicamente por causa desta conversa e do que foi lá falado que eu fiquei a pensar nisto.
Este é o nome do meu mais recente vício. Não, não ando a fugir de casa dos meus pais até porque está um frio de rachar e, sejamos sinceros, todos sabemos que eu não iria durar muito tempo sozinha por aí. Fugiram de Casa de Seus Pais é um recente programa da RTP1, protagonizado por Miguel Esteves Cardoso e Bruno Nogueira. Se nunca viram, se nunca ouviram falar, por favor leiam o resto deste post porque lá em baixo vou deixar tudo o que precisam de saber para ver este programa.
Eu própria, até há bem pouco tempo, não fazia a mínima ideia da existência deste programa. Não sou a espectadora mais assídua da RTP1 e por isso nem sequer vi qualquer tipo de publicidade. Fiquei a saber da existência deste novo programa através da entevista que o Rui Unas fez ao Bruno Nogueira no seu podcast Maluco Beleza. Fiquei automaticamente curiosa, ainda antes de saber que iria contar com a participação de Miguel Esteves Cardoso, 20 anos depois de ter participado num programa de televisão pela última vez.
Há muita coisa que me irrita nas mulheres. Aliás, um dos meus posts preferidos que fiz aqui no blog foi precisamente no dia da mulher a manifestar essa irritação, essa urticária, essa alergia a mulheres que das duas uma: ou estão sempre a ralhar com tudo e com todos, a queixarem-se de como a vida é uma merda só porque se nasceu com uma vagina; ou então, são aquelas que dizem que ter nascido com uma vagina é a melhor coisa do mundo, que somos seres sobrenaturais. As duas perspetivas dão-me alergia porque nenhuma delas corresponde à realidade. É como se estes dois grupos de mulheres vivessem num mundo paralelo.
Não me interpretem mal: eu adoro ser mulher e acho que somos verdadeiramente incríveis. Todos os dias, quando olho com a atenção, reparo que desde que nasci que estou rodeada por grandes exemplos de mulheres nas mais variadas vertentes da vida. Por essa mesma razão, "sempre" ouvi a minha rica mãezinha e ela sempre me disse que a palavra-chave da vida é "equilíbrio". Como tal, sei que estes feminismo - tanto o demasiado negro como o demasiado cor de rosa - são ismos muito extremos e irrealistas.
Já em várias ocasiões, pelas mais variadas razões falei aqui do que foi para mim descobrir o lado lindo do YouTube. Digo lado lindo porque às vezes, se não tivermos cuidado, podem começar a aparecer-nos os vídeos mais estranhos do mundo nos "sugeridos". O YouTube é um manhoso, porque nos vai levando para esse "dark side" bem devagarinho, sem darmos por isso. Depois, PUMBA! Já estamos atolhados ou em vídeos não aconselháveis a estômagos fracos, ou a vídeos extremamente parvos ou a vídeos extremamente tristes.
No entanto, tive sorte de descobrir um lado muito lindo do YouTube, com o qual me apaixonei. O meu tipo de vídeos preferidos para ver antes de ir dormir - sim, eu sei que não se deve - são vlogs. Também gosto muito de ver sit downvideos sobretudo feitos por mulheres, quando é para falarem de temas com os quais me identifico ou sobre os quais sou apenas curiosa. Acho incrível a hipótese de, a partir das nossas casas, podermos conversar, ajudar ou simplesmente entreter pessoas de todos os lados do mundo, desde que nos entendam. O YouTube é, sem dúvida, um dos maiores responsáveis pelos dias em que me vou deitar mais tarde. Acabou por se tornar um hobby, parte da rotina e mal posso esperar por conseguir fazer o mesmo. O que eu não estava à espera é que, do nada, ficasse fascinada com outro lado da internet: os podcasts.