Tentar definir-me sempre foi um exercício muito complicado para mim. Definir os outros, até. Não sei, mas acho sempre que determinada característica sobressai em determinada situação e que noutra totalmente diferente posso ser exatamente o contrário. Fez sentido? Pois, provavelmente não! Lá está: é difícil para mim definir-me como quem descreve uma paisagem, por exemplo. Se calhar essa é a verdadeira beleza de ser um ser humano: como diz o Shrek, temos várias camadas, como uma cebola.
Há umas semanas falei aqui em como estava (e estou!) entusiasmada para inaugurar a minha primeira época de casamentos! Digo "primeira época de casamentos" porque agora parece que existe ali uma altura do ano em que tooooda a gente começa a ter casamentos todos os fins de semana e eu nunca tive isso - só este ano! Ainda assim, vai ser uma primeira época bem modesta, até porque nem o é bem: só tenho um casamento para este ano (mas não me estou a queixar!). Para quem adora estas coisas e não vai a um casamento há uns dez anos... pode dizer-se que estou PARA LÁ DE ENTUSIASMADA!
Não fosse isto verdade e até tinha a sua piada. Aliás, tem mesmo piada. Enquanto vos escrevo estas palavras e enquanto vinha a pensar na melhor maneira de vos contar isto, é possível que as pessoas que se cruzaram comigo no metro me tenham visto a sorrir sozinha. Porque tem, efetivamente, piada. Tem piada a forma como nós - ou eu, neste caso - temos dois pesos e duas medidas para tanta coisa no nosso dia. Algumas podem trazer consequências mais sérias, mas neste caso, é só curioso. A única consequência são uns euros a menos na conta.
Atenção: este post pode ter conteúdo considerado desnecessário para muitos, desinteressante para alguns e até fútil para outros tantos. Pronto, assim ficam já os avisos todos feitos, não digam que não vos avisei. A partir daqui, estão a ler este post por vossa conta e risco. Apesar de saber que este tema pode ser todas as coisas enumeradas acima, vou ter que escrever hoje sobre ele porque acho uma questão pertinente para quem gosta desta coisas. O tema de que vos quero falar hoje é, nada mais nada menos, do que maquilhagem... e quanto dinheiro gastar nela.
Sabem quando estamos com aqueles dilemas mesmo mesmo grandes? Aqueles que nos fazem perder o sono quando nos deitamos à noite e que nos fazem ficar a olhar para o nada durante o dia, completamente perdidos nos nossos pensamentos? Aqueles dilemas que são tão grandes, tão grandes, que ficamos excessivamente baralhados ao ponto de acabar por não fazer nada de nada?
Pois. É o caso. Ando completamente baralhada e detesto esta sensação. Sempre sofri do grande defeito de pensar demasiado nas coisas. Com o tempo, isso acabou por dar origem a outro traço de personalidade que tanto pode ser uma grande qualidade, como um defeito incapacitante: tenho que ter um objetivo. Não gosto de estar a trabalhar sem ter um objetivo bem definido no horizonte. Não gosto de estar a fazer as coisas sem saber exatamente porque é que as estou a fazer. Isso quase que me dá mais ansiedade do que este dilema que vos falo hoje.
Faltam cerca de dois meses para a festa do ano: o casamento do meu irmão.
O último casamento a que fui foi o da minha queridíssima tia e eu tive a honra de ser a menina das alianças - por isso imaginem aos anos que já não vai.
Lembro-me que foi um dos meus dias preferidos de sempre. Fartei-me de dançar no altar porque estava mesmo ao lado das guitarras e do orgão então a minha pobre mãe passou a cerimónia a dar-me toques nas costas para eu parar de me abanar sempre que começava alguma música.
Lembro-me de achar a minha tia a princesa mais linda do mundo. A minha tia é uma pessoa muito prática e despachada por isso, para uma menina de 9 anos, ver a tia com um vestido bem grande, um véu ainda maior e - momento alto do meu dia - chegar numa charrete.... bem, estava encantada.