Nem acredito que estou finalmente a escrever este post. Desde que o ano de 2018 começou, que no final de todos os meses, ficava à espera que o meu telemóvel tocasse. Na teoria, era para ser em janeiro. Depois janeiro passou, e pus todas as minhas esperanças em fevereiro. Fevereiro também passou e em março o telemóvel tocou finalmente. Pena que ainda não era com a melhor das notícias: eram mais emails, mais assinaturas, mais declarações e mais burocracia. É tanta e foi tanta ao longo deste quatro meses que foi fácil perceber porque é que todo este processo demora tanto. Passou março... e nada. Já estava pronta para passar, pelo menos, mais um mês em casa. Até que o telemóvel finalmente tocou. "Marta, estás disponível para começar na segunda feira?". Ia caindo da cama abaixo.
É como me sinto hoje. Coincidência ou não, estou com um torcicolo, que pode até ser uma reação física a este atropelamente metafórico. Há uma palavra em inglês que define muito bem esta sensação e para a qual tenho sempre dificuldade em arranjar tradução para português: overwhelmed. O par mais próximo que lhe consigo arranjar é assoberbada. A sensação é realmente como a de um atropelamento: num momento parece que está tudo tranquilo e que conseguimos até ouvir os passarinhos e depois, PUMBA! Assim, de repente. Porque é que isto aconteceu? Porque parece que nunca aprendo. Posto isto, é natural que a minha secretária fica neste estado lastimável que - felizmente - nenhum de vocês consegue ver. Tipo materialização da minha cabeça.
Desde que comecei a querer juntar um bom enxoval que sou uma fã assumida da Zara Home. Existem muitas outras lojas de decoração com coisas muito bonitas, para todos os gostos e para todas as carteiras, mas a Zara Home é aquela que ganha sempre o meu coração. Da útima vez que lá fui com a minha mãe - que também adora este tipo de lojas - comentei com ela que "se alguém cá vier para comprar alguma coisa para o meu enxoval, o difícil vai ser encontrar alguma coisa que eu não goste!". E é mesmo verdade. É impressionante como gosto de TODOS os artigos em que bato os olhos - tirando, talvez, uns copos pretos com uma caveira. E mesmo isso dava para adaptar muito bem a um jantar temático com os amigos na noite de Halloween.
Faz hoje um ano que escrevi sobre o Dia Internacional da Mulher - uau, a sério que já posso fazer referência a posts que já escrevi há um ano? Já fui procurá-lo e já o estive a reler. Desde que o escrevi que não tinha feito ainda esse exercício. Já o fiz com outros posts que me vou lembrando e fico cheia de vontade de os reler, mas com esse, por acaso, nunca tinha acontecido. Curioso, porque na altura até foi um dos posts com que recebi mais e melhor feedback numa altura em que o blog estava numa fase tão embrionária. Reli hoje e cheguei a algumas conclusões.
Se já viram algum dos meus vídeos de hauls ou de favoritos sabem que de alguns meses para cá que me tenho interessado cada vez mais em decoração. Obviamente que isto tem tudo a ver com o facto de eu estar a fazer uma coisa que muito tem entretido as minhas avós, a minha madrinha e a minha mãe: ando a juntar enxoval. Isto pode parecer algo extremamente antiquado e ultrapassado, mas para além de ser uma experiência gira durante a qual tenho aprendido muito, é também muitíssimo útil.
Sabem quando estamos com aqueles dilemas mesmo mesmo grandes? Aqueles que nos fazem perder o sono quando nos deitamos à noite e que nos fazem ficar a olhar para o nada durante o dia, completamente perdidos nos nossos pensamentos? Aqueles dilemas que são tão grandes, tão grandes, que ficamos excessivamente baralhados ao ponto de acabar por não fazer nada de nada?
Pois. É o caso. Ando completamente baralhada e detesto esta sensação. Sempre sofri do grande defeito de pensar demasiado nas coisas. Com o tempo, isso acabou por dar origem a outro traço de personalidade que tanto pode ser uma grande qualidade, como um defeito incapacitante: tenho que ter um objetivo. Não gosto de estar a trabalhar sem ter um objetivo bem definido no horizonte. Não gosto de estar a fazer as coisas sem saber exatamente porque é que as estou a fazer. Isso quase que me dá mais ansiedade do que este dilema que vos falo hoje.