Faz hoje uma semana que estraguei as minhas unhas todas. Gosto tanto de ter as mãos arranjadas, fiz tanto esforço para as manter bonitas mesmo estando constantemente a mexer em peças... e num dia, mais até numa tarde, consegui estragar tudo. É que nem sobrou nem uma. Podia bastar tirar o verniz... oh!, mas não, isso era pouco! Também tive que as roer, a relembrar péssimos hábitos antigos. Porquê? Tudo porque, tal como partilhei convosco, no dia seguinte iria fazer a minha primeira comunicação a sério!
Não costumo utilizar o blog para falar muito sobre a minha área profissional. Ainda que muitas vezes me apeteça mandar aqui uma laracha ou outra sobre o tema, quando aparecem algumas notícias que me dão a volta à barriga, contenho-me sempre. Em primeiro lugar, porque gosto sempre mais de falar de coisas positivas por aqui. Em segundo lugar, porque já sinto que passo tanto tempo envolta nesses temas, que às vezes sinto que faz bem à sanidade mental termos um espaço para falar sobre outras coisas. No entanto, o post de hoje é diferente porque, em fim de semana de Dia Internacional dos Museus, tenho um convite muito especial para vos fazer!
Acho que num dos primeiros posts que escrevi aqui no blog contei-vos uma história que se continua a repetir sempre que o tema vem à baila: a minha área, a da cultura. Quando alguém diz aos meus pais que tem os filhos em medicina, em veterinária ou em mecânica, a conversa fica por aí porque toda a gente tem mais ou menos a noção - ou acham que têm - do que se faz depois de terminar um curso nessas áreas. Quando depois perguntam pelo que ando eu a fazer da vida e eu responde, já meia a medo, que terminei o curso de Ciências da Cultura, é como se aparecesse um ponto de interrogação gigante na cara das pessoas.
Seguem-se as perguntas da praxe: em que faculdade é que se dá isso, o que é isso, para que serve e para onde vou eu arranjar emprego. Até à bem pouco tempo o meu próprio irmão ainda achava que eu tinha ido para História de Arte. É confuso, eu sei. Eu lá tento responder às perguntas da maneira mais direta possível, sem dar grandes pormenores: "é para ir para os museus!" Assim toda a gente fica com uma vaga ideia, se bem que nunca se sabe bem o que se faz nesses sítios quando não há um grupo de turistas ou de crianças por perto. Quando digo que quero ir "trabalhar para museus", a reação é sempre a mesma. Abrem muito os olhos como quem teve uma epifania, acenam com a cabeça porque já sabem perfeitamente do que eu estou a falar e dizem "ahhh, isso é bom, ficas lá sossegadinha, sem stresses, sem nada!" É mais ou menos isso, amigos.