Até estou nervosa por escrever este post e a sério que não quero ferir susceptibilidades. Mas também é tão verdade que preciso de desabafar e dizer uma coisa ou outra que me ficou aqui entalada desde ontem. Estas palavras não são uma generalização: surgem somente por causa uma situação específica que se passou comigo. Essa situação deixou-me a pensar e este post corre o grande risco de ser apenas um grande monte de pensamentos, meios revoltados, meio desiludidos. Aqui vai nada.
Não costumo utilizar o blog para falar muito sobre a minha área profissional. Ainda que muitas vezes me apeteça mandar aqui uma laracha ou outra sobre o tema, quando aparecem algumas notícias que me dão a volta à barriga, contenho-me sempre. Em primeiro lugar, porque gosto sempre mais de falar de coisas positivas por aqui. Em segundo lugar, porque já sinto que passo tanto tempo envolta nesses temas, que às vezes sinto que faz bem à sanidade mental termos um espaço para falar sobre outras coisas. No entanto, o post de hoje é diferente porque, em fim de semana de Dia Internacional dos Museus, tenho um convite muito especial para vos fazer!
Apesar de ter partilhado com vocês a grande notícia do meu regresso ao mundo do trabalho na passada quinta feira, a verdade é que só me caiu a ficha umas 48 horas depois. Tive um fim de semana absolutamente maravilhoso - não se preocupem que no decorrer desta semana vou contar-vos tudo - que fez parecer que me estava realmente a despedir das minhas "férias (demasiado) prolongadas". No sábado de manhã, ao acordar no cenário mais tranquilo do mundo, virei-me para o meu Rapaz e disse: "Porra. Daqui a 48 horas já vou estar no trabalho!"
Qual o assunto mais badalado dos últimos dias? A polémica do Panteão. Confesso que no sábado ou domingo de manhã quando acordei e li sobre esta notícia fiquei de queixo no chão. Achei uma decisão muito pouco ética e cheguei até a perguntar-me como é que as pessoas que foram ao jantar se sentiram bem ali a festejar e conviver - se é que sequer sabiam onde estavam.
Esse choque que senti quando ouvi a notícia pela primeira vez ainda se tornou maior quando dei conta da tamanha reação que isso causou nas pessoas. A indignação era umas trinta mil vezes maior do que quando ouvimos falar dum agente PSP que foi atacado em plena luz do dia. Muitos dos comentários que vi por essa internet fora revalavam até que as pessoas que os escreveram nunca puseram um pé no Panteão Nacional. Isso pôs-me a pensar numas quantas questões muito curiosas que, sendo apenas especulação, não deixo de pensar que podem eventualmente ser pertinentes.