Uma das coisas que mais me preocupava neste regresso ao trabalho era a questão da comida. Durante as outras alturas em que estive a trabalhar aqui nunca tive grandes problemas e a rotina acabava por ser sempre a mesma. Como acordava muito cedo parecia que não conseguia comer lá grande coisa em casa. Geralmente, agarrava num iogurte líquido e saía porta fora. Chegava ao trabalho absolutamente esfomeada e "a máquina" tornava-se logo a minha melhor amiga: folhados, sandes e - uma vez ou outra - um chocolate. O almoço era em dose enorme, para não ter mais fome durante o dia. Ainda assim, era capaz de fazer uma paragem na Padaria Portuguesa e lanchar um pão de deus. O resultado disto, vocês já sabem qual foi. Assim que deixei de trabalhar fui a correr - literalmente - para o ginásio. Por isso, desta vez tinha que fazer as coisas de maneira diferente.
É inacreditável pensar que já estamos a meio do ano. Já há algum tempo que ando a ficar com aquela impressão de que os anos passam realmente rápido, mas este tem sido absolutamente surreal. Basta pensar no blog: faz hoje quatro meses. QUATRO! Acreditem, eu sei que para vocês - pessoas que admiro muito! - quatro meses é pouco porque já têm os vossos blogs há anos, mas para mim é inédito. Estou tão orgulhosa pá.
No entanto, não é para vos falar dos quatro meses do blog que aqui estou hoje. Venho-vos falar das minhas coxas. E dos meus braços. E do meu rabo. E de todos os músculos do corpo que eu já não sabia que tinha. Como vocês sabem, há cerca de dois anos apaixonei-me pelo execício físico, mais propriamente pela rotina tão boa que se consegue ter quando metemos uma ida ao ginásio lá pelo meio. Há três meses que fui forçada a deixar de fora da rotina do dia a dia este hábito tão bom e do qual eu gostava tanto.
Nunca tive grandes preocupações com o meu peso. Na escola era sempre a alta e magricelas e comia tudo o que me apetecia, quando me apetecia. Por acaso, nunca tive muita paixão por doces - se calhar foi essa a minha sorte - porque nessa área da gastronomia, sou um bocadinho esquisita. Felizmente, tudo isto também coincidiu com o facto de detestar educação física.
Não sei como é agora, mas na minha altura - que antiga que eu sou! - só se jogava futebol. Detestava cada minuto. Como quero fazer sempre tudo bem, jogar futebol era algo que me deixava especialmente frustrada porque nem uma bola eu era capaz de receber como deve ser. Com o tempo, comecei a voluntariar-me para ser guarda-redes pensando que era uma maneira boa de tocar menos na bola e fazer a aula na mesma. Enganei-me. Esqueci-me que o guarda-redes é aquele membro da equipa que de vez em quando leva com a chamada bujarda, quando o adversário tenta marcar golo. Eu, cheia de medo da bola, encolhia-me toda e a bola entrava. No final da aula, a minha equipa perdia por uns 10 golos - fazendo assim uma média.