Este era outro daqueles post que eu já queria ter tido tempo para escrever. No entanto, digamos que festas de aniversário, trabalhos para o mestrado e Black Weekends - especialmente o Black Weekend - acabaram por sugar todos os segundinhos do meu relógio. O que vale é que ainda não passou uma semana desde que vi o último episódio da sétima temporada de American Horror Story e por isso ainda não me sinto propriamente atrasada a falar disto.
O que me desiludiu por essa internet fora? Não vi muita gente a falar sobre esta temporada da série, o que achei muito estranho. Depois de tanto se falar das temporadas anteriores, antes, durante e depois destas terem terminado, achei que o "sururu" seria ainda maior relativamente a esta nova temporada dado os temas que trata. Enganei-me, com muita pena minha. Tentei convencer muita gente a ver, mas até esses meus pedidos encarecidos passaram despercebidos. Pode ser que agora alguém fique curioso.
Eu hoje ia falar sobre o quanto sempre gostei deste dia. Ia falar da Feira de Todos os Santos na minha terra e de como eu acordava completamente histérica porque via fichas para os carrinhos de choque em cima da minha mesa de cabeceira. Também vos ia falar do Pão por Deus, para o qual nunca me mascarei nem nada do género e ia contar-vos daquela vez em que uma senhora me ofereceu latas de salsicha e de como gostei muito mais de receber isso do que propriamente mais gomas.
Ia também falar-vos da única vez que brinquei "à noite das bruxas". Ia contar-vos que saí toda lampeira de casa durante a noite com uns amigos a pensarmos que íamos pregar imensas partidas, mas assim que outro grupo rebentou uma bombinha de qualquer coisa viemos todos, literalmente, a correr de volta para minha casa. Acabámos a noite, todos de mãos dadas, na minhas sala, cheios de medo porque decidimos ver o primeiro filme da saga Saw. Ía falar-vos sobre tudo isso, mas afinal não vou ser capaz porque acabei de ver a reportagem da jornalista Ana Leal, para a TVI, "Cartel do Fogo".
Espero que este seja o último post que escrevo sobre este tema. Até estava indecisa sobre se deveria sequer escrever mais uma vez sobre o que se tem passado no nosso país desde o fim de semana passado. Acendemos a televisão e somos bombardeados com imagens verdadeiramente arrepiantes de chamas a consumir casas e bens, ouvimos testemunhos de partir o coração daqueles que perderam uma vida inteira em meros segundos e assistimos a discussões políticas em direto que pouco parecem adiantar. Ligamos as redes sociais e os testemunhos continuam.
Não tiro legitimidade a nada disto. Eu também senti necessidade de partilhar a minha história, a minha experiência que foi tão pequena ao pé de algumas que tenho lido por essa internet fora. O que estou a querer dizer é que achei que se calhar não é preciso que mais uma pessoa fale disto, outra vez. 98% dos meus posts neste blog são de coisas que gosto, de momentos felizes ou situações caricatas porque é isso que, acima de tudo, gosto de partilhar e me dá gosto escrever. Não queria estar a massacrar mais ninguém com outro post tão triste. No entanto, decidi fazê-lo na mesma porque a vida, infelizmente, também é isto. Hoje falo-vos do "pós terror".
O meu fim de semana estava a ser maravilhoso. A semana tinha sido complicada em termos de horários, os trabalhos começam a ser mais e os prazos começam a apertar - tanto para mim, como para o meu Rapaz. Por essa razão, foi com expectativa que esperei a chegada do fim de semana. Estava prometido que íamos passear, jantar fora, estar com a família e namorar tudo o que não namorámos durante a semana. Pensei tudo, menos que o nosso fim de semana, que tanto desejámos que chegasse, terminasse da maneira que terminou.
Ontem, pelas 18h começámos a ver um pequeno núcleo de fumo que nos parecia estar perigosamente perto. Seguimos o fumo que parecia cada vez mais negro e deparámo-nos com um foco de incêndio concentrado num terreno. Os seus donos, dois idosos, tentavam atrapalhados salvar os seus cães e o seu rebanho de ovelhas. Ainda não tinham chamado os bombeiros e por isso essa foi a nossa primeira tarefa. As pessoas começaram a chegar, alarmadas pelo fumo que se via da estrada e com elas chegaram os primeiros bombeiros. Parecia que tudo se ia controlar - mas só parecia.
Para aqueles que ainda não sabem - não creio que tenha anunciado ao mundo - a minha vida mudou para melhor, muito melhor, nas últimas semanas porque comecei a usar Netflix. A oportunidade estava ali, mesmo à minha frente, e eu simplesmente não fui capaz e dizer que não. Se calhar esta não é melhor altura para me meter numa coisa destas visto que agora há que também começar a concertrar-me nas aulas... mas não deu. Teve que ser e sabe tão bem!
Dantes, quando a minha mãe me via durante demasiado tempo no computador ou na televisão a ver filmes ou séries costumava chamar-me a atenção para ir fazer algo de mais produtivo e eu não tinha grande justificação porque, ao fim ao cabo, ela tinha razão. Agora, se ela me chama a atenção posso dizer que estou a trabalhar e a juntar conteúdo para o blog, graças ao Sem Spoilers. Associando esta justificação perfeita ao facto de agora usar a aplicação da Nettflix surgiu a oportunidade de ver um filme do ano passado que me suscitou logo curiosidade na altura do seu lançamento: Imperium de Daniel Ragussis.
Nem mesmo nos muitos anos - segundo a minha mãe, demasiados - em que tive três meses de férias de verão ganhei o hábito de encher as minhas redes sociais com fotos na praia, em biquini, com a pele molhada. Já para não falar das fotos à noite com um copo de gin na mão e vestida de branco para fazer alto contraste com o bronze invejável. Não sei, nunca fui essa pessoa. Desenganem-se se acham que me estou a querer fazer passar por "super diferente" e "contra as tendências" porque foi sempre com muita - vá, ou alguma - pena minha que nunca fiz parte desse culto ao verão.
Nunca tive o hábito de publicar fotos desse género nas minhas redes sociais porque quando vou à praia raramente vou à água porque sou uma seca, também conhecida por "friorenta do caraças", logo, a foto à beira mar de pele molhada torna-se impossível. Podia publicar a minha foto com o copo de gin porque adoro sair à noite com os meus amigos... mas não gosto de gin e temos que admitir que um copo de vodka com sumo não faz aquele vistão do balão de gin - logo, outra foto sem efeito. Depois, temos a do bronze que contrasta com roupa branca. Ora, essa é a mais impossível para mim: a minha cor de branca de neve, copinho de leite, o que lhe queiram chamar, é sempre brindado por um tom rosinha porquinho Babe se apanha mais sol do que a conta. Não só não fico bronzeada como o branco é precisamente a cor que mais evito no verão.