Uma festa em forma de filme
Estive mesmo para dizer que estou chateada com vocês, comigo, com o mundo em geral, mas estaria a exagerar. Tudo bem que sou boa nisso, mas neste contexto, iria estar a roçar o cruel sem nenhuma razão justificável. O porquê desse possível exagero? Porque ninguém insistiu comigo, me chateou mesmo, me arrestou até ao cinema... para ver o The Greatest Showman. A sério, como? Como é que eu não vi por aí toda a gente a falar sobre o filme, apenas uma ou duas pessoas? É certo que essas duas pessoas gostaram muito do filme, mas mesmo assim! Não foi suficiente! E sinceramente, é mesmo muito chato que eu não tenha oportunidade de ver um filme destes no cinema.
Eu sei que é um género qu não agrada a toda a gente. Há muita gente que acha que musicais são assim uma coisa demasiado dramática e quase fantástica. Tudo isso está certo, mas para muita gente que gosta de musicais, essas características não têm que ser obrigatoriamente negativas. Eu gosto muito de musicais, sobretudo porque tenho toda uma paixão pelos filmes de Disney, antigos e mais recentes, desenhos animados e respetivas versões live. No entanto, também confesso: já foram vários os musicais que me deram vontade de rir e/ou me deixaram com uma pontinha de vergonha de alheia. Não podem ser todos fantásticos, não é?
A questão que motiva todo este post é o facto de este filme, The Greatest Showman, me ter passado completamente ao lado. Cheguei a ver o trailer numa ocasião ou outra, vi o elenco - cheio de atores de que gosto muito -, mas nunca lhe dei dois segundos a mais de atenção. Era muito aquela coisa do "olha, este filme deve ser giro", mas que nunca passa daí e nos esquecemos sempre dele na hora de ir ao cinema. Até que ele se vai embora e aconteceram os Oscars.
A cerimónia dos Oscars deste ano foi, talvez, a primeira vez que dei mais atenção a este filme, depois da atuação incrível de This Is Me, uma das nomeadas para Melhor Canção Original em representação deste musical. A atuação foi absolutamente incrível. Tanto que, na altura, partilhei-a aqui com vocês - e aproveito para repetir a simpatia. Entretanto já a revi montes e montes de vezes e cada vez gosto mais - e também é cada vez maior o aparato que faço a cantá-la cá em casa!
Depois dos Oscars veio a Zoe - ou Zoella - que, como também já partilhei com vocês, é uma das minhas Youtubers preferidas. Ela estava COMPLETAMENTE obcecada com este filme. Foi vê-lo ao cinema três vezes, sendo que uma delas foi a meio de um dia no escritório, quando se apercebeu que grande parte dos seus funcionários nunca tinha visto o filme. Deu o dia de trabalho por terminado e levou toda a equipa a ver o filme nessa tarde. Nas suas viagens de carro e mesmo em casa, só ouvia a banda sonora.
Depois dos Oscars e depois da Zoella, o meu pai ficou doente. Estava com febre e como tal, ficou aqui no sofá, num sofrimento sem precedentes, a suspirar imenso. Eu, aqui mesmo ao lado e a ficar demasiado concentrada nos seus suspiros, pus os fones nos ouvidos enquanto trabalhava ao computador e pus uma qualquer playlist do Spotify. A que me calhou? Uma lista repleta das músicas do filme. Não só deu para ser mais produtiva - porque para além de lindas, são músicas super inspiradoras -, fiquei apaixonada pelas vozes e pelos coros.
Escusado será dizer que não precisei de mais nada. No dia seguinte estava a ver - finalmente! - o filme, e ainda arrastei o meu Rapaz para este grande acontecimento. Conclusão? Nos primeiros segundos de filmes já estava em pé, de braços no ar, a cantar com o charmoso do Hugh Jackman - é o que dá viciar primeiro em todas as músicas antes de ver o filme. Ainda deitei uma lágrima nos primeiros cinco minutos e no final só pensava no quão incrível este filme deve ter ficado no cinema, não só pelas roupas, pelas purpurinas, pelas coreografias, pelas cores, mas também pelo som!
O meu Rapaz, sendo muito mais crítico nestas coisas, diz que a história é muito básica e provavelmente tem razão. Em termos de trama, não acontece nada que nos deixe super surpreendidos porque nunca imaginámos que o filme fosse dar aquela volta. Contudo, essa falta de surpresas na história é totalmente compensada pelas surpresas no lado mais técnico e musical do filme. É um daqueles filmes que se pode mesmo dizer que é uma coisa bonita de se ver. Literalmente.
Agora, atrasada do resto do mundo, sou eu que ando louca dentro do carro a cantar as músicas do filme. Por isso já sabem, se se cruzarem com uma rapariga a dar aos braços dentro do carro, aos saltinhos no banco e com ar de quem está a cantar MUITO alto... acenem, porque as probabilidades de ser eu são muito grandes.
Amor por musicais é (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.