Viver no campo: como despertar rapidamente
Tão bom que é acordar no meio do campo, com tudo verdinho. Tão bom que é conseguir ouvir o pica-pau residente perto de minha casa a martelar um poste de madeira lá ao lado. Que bom que é ouvir passarinhos e respirar o ar puro depois de um dia inteiro no meio da poluição da cidade. Acreditem, é mesmo bom. Mas viver no campo também é propício a encontros muito (mas mesmo muito) indesejados.
Hoje, como tem feito todos os dias, o despertador tocou às 06h30. Em modo zombie e sem ainda sequer abrir os olhos como deve ser, lá me levantei e fui à casa de banho. Esta parte da casa de banho, geralmente, é aquela de que nem sequer me lembro. Faço as coisas meio a dormir ainda, em piloto automático - é demasiado cedo para ter bem noção do que se está a fazer. Ainda assim, hoje, só assim para acordar como deve ser ao fim de trinta segundos depois de sair da cama, apanhei aquilo que não pode ser chamado de outra coisa a não ser "um valente cagaço!".
Para efeitos de privacidade, não vou ser super específica como costumo ser nos meus posts. O que importa aqui reter é que precisei de papel higiénico, pronto. Tenho um daqueles suportes de chão, compridos, com três rolos de papel higiénico. O que estava por cima já não tinha nada e por isso decidi retirá-lo logo do suporte para colocar o rolo no lixo. Lá está, como disse, fiz este movimento ainda meia a dormir e por isso não estranhei ter sentido uma impressão esquesita ao fazê-lo - podia ter sido só impressão, de ainda estar meia dormente do sono.
Pois senão quando, ao retirar o rolo, me salta de lá do meio uma grande, negra e gorda ARANHA! Ali, cheia de patas enormes! Atenção, para aqueles que estão a ler isto e a pensar "oh, vá, que choramingas exagerada, acalma-te": olhem que era mesmo bem grande, não era uma daquelas magrinhas ou daquelas pequeninas que se conseguem matar com a ponta dos dedos. Não, meus amigos. Logo pelas 6h30 da manhã, não sendo uma tarantula, recebi a visita de uma aranha bem HORRÍVEL!
O cenário logo após a este encontro fugaz foi esse que podem ver aí na fotografia de cima. O rolo em que peguei foi prontamente atirado para longe, não fosse ter lá pequenas filhotas da dita cuja e eu fiquei ali meia aparvalhada com tal... nojo, porque não há outra maneira de vos explicar a natureza dos arrepios com que fiquei. Ah, e não esquecer que todo este susto foi muito bem acompanhado por um gritinho estridente que pensei que fosse acordar a minha mãe.
Agora, se eu achava que encontrar de repente esta aranha tinha sido o momento em que mais iria panicar... enganei-me. Sabem o que é pior do que encontrar uma aranha nojenta às 06h30 da manhã? É perder uma aranha nojenta às 06h30 da manhã! O verdadeio a pânico instalou-se quando voltei a ver se ela ainda estava no sítio onde caiu (com barulho!), e ela já não estar lá!
Primeiro pensamento: ela já me entrou para a cama. Já estão a imaginar o drama (e a investigação) que vai acontecer hoje no meu quarto. Garanto-vos que vai ser um autêntico episódio de Sherlock. São coisas como estas que me relembram que, por muito bom que seja ouvir os passarinhos todos os dias e não trocar isso por nada, viver no campo também é viver no limite!
Animais arrepiantes não são (Sinónimo de) Carmezim.
Marta.